Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .
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Sobre posar para fotos, acho que o primeiro que pensamos é "que coisa louca e livre eu acabei de fazer".
É uma espécie de carinho, de auto-sedução, uma permissão para ser mulherão (e quero dizer como mulherão aquela que se sente sensual e sem tabus). Passei pelo clássico processo das "magrinhas de ruim", adolescência insegura tentando preencher as "faltas" e esconder os ossinhos.
Para descontrair, só posso creditar o sucesso da minha vida sexual no interior aos filmes europeus com suas atrizes esquisitas e charmosas. Fui fotografada pelo Alexandre Holanda duas vezes em uma caótica casa no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, onde moro. Levamos um ano de papo até que, neste, eu saí de meu emprego e tivemos esse rompante nu com flores, piso de taco, gatos e trilha sonora de filmes. Da primeira vez, alguém da vizinhança castigou a nudez com uma chuva de achocolatado, uma cena de hecatombe climática, mas era censura que não aguenta lidar com uma bunda branca soltinha no quintal.
A casa no segundo ensaio estava em ritmo de festa junina (ou julinha, como foi batizada) e mesmo assim as fotos fluíram com bandeirinhas, churrasqueira, bicicleta e muitas outras tralhas pela casa. Somos bem opostos e nos complementamos tão bem durante as fotos que só posso agradecer pelo resultado. Retratos de partes e ângulos de mim que comovem e despertam um desejo bom de cada vez explorar mais as bagunças do corpo, do olhar, dos gestos e de transmitir algo romântico, sensual e profundo.
Dá pra ver mais trabalhos do Alexandre Holanda em seu Instagram e no projeto 3por3.
Boa semana a todos.
publicado em 05 de Outubro de 2015, 00:00
