6 momentos incríveis na história do GP Brasil de Fórmula 1

Seis decisões de campeonato, vitórias heroicas e grandes decepções. O Grande Prêmio do Brasil é uma das principais etapas do calendário da Fórmula 1 e tem vocação para proporcionar cenas que ficam marcadas para sempre na memória dos fãs de automobilismo.

Como não se emocionar com as duas vitórias memoráveis de Ayrton Senna? E os frustrantes abandonos de Rubens Barrichello por problemas mecânicos quando defendia a Ferrari? Isso sem falar da emocionante prova de 2008, que consagrou Felipe Massa por alguns segundos até Lewis Hamilton lhe tomar o título mundial com um sexto lugar.

Boas histórias não faltam nestas 41 corridas disputadas desde o começo dos anos 70. Por isso, vamos conhecer melhor a história da corrida que sempre está na corda bamba, mas acaba acontecendo para felicidade geral de torcedores, patrocinadores, pilotos e mecânicos.

GP-do-Brasil

Um clássico e seus problemas

O atual “lar” do GP Brasil é o Autódromo José Carlos Pace. Conhecido informalmente como Interlagos, ele é o circuito mais velho da Fórmula 1 atual. Inaugurado no dia 12 de maio de 1940, foi extensamente reformado para sediar a categoria a partir de 1972.

Aliás, nem sempre a F1 competiu em Interlagos: em 1978, a corrida foi realizada em Jacarepaguá enquanto o circuito paulista era reformado e modernizado. O autódromo carioca, inclusive, sediou a prova entre 1981 e 1989. Apenas em 1990 é que a principal categoria do automobilismo mundial voltou a São Paulo.

O cerco começou a apertar no começo dos anos 2000, quando a FIA instaurou normas de segurança mais rígidas para os autódromos da categoria. A proliferação de circuitos cada vez mais modernos e amplos coloca a realização da prova brasileira em xeque a cada nova temporada.

Mudanças para a nova Interlagos
Mudanças para a nova Interlagos

A principal queixa não está dentro da pista, mas fora dela. Trata-se da infraestrutura precária oferecida a pilotos e equipes, que faz o autódromo passar vergonha frente aos circuitos ultramodernos do Oriente Médio e Ásia. Afinal, a falta de espaço e as péssimas condições de conservação dos paddocks dificultam o trabalho das equipes há anos.

A situação era tão grave que o todo-poderoso da categoria, Bernie Ecclestone, ameaçou excluir definitivamente Interlagos da F1 a partir do ano que vem. O ultimato deu certo: o prefeito Fernando Haddad se comprometeu a investir R$ 120 milhões na construção de novos boxes onde hoje fica a Reta Oposta, modificando levemente o traçado da pista. Caso estas reformas realmente saiam do papel, Interlagos estará garantida na F1 pelo menos até 2020.

O traçado da pista em Interlagos

Mas nem as deficiências conseguem tirar o brilho de Interlagos. Única corrida disputada em sentido anti-horário (exigindo ainda mais preparo físico dos pilotos, que são submetidos a um esforço muito maior na região do pescoço), a prova é constantemente lembrada pelos pilotos como uma das mais desafiadoras da temporada.

Não é para menos: o relevo irregular faz com que poucos pilotos consigam percorrer os 4.392 metros de extensão da pista com maestria. Só quem já teve a oportunidade de pilotar lá sabe os segredos da pista.

Afinal, nenhum simulador consegue reproduzir o quão desafiador é frear quando se está a 320 km/h, contornar a primeira perna do “S“ do Senna com cautela para acelerar fundo no trecho seguinte, uma assustadora curva em descida. Seu primeiro instinto é frear, mas se você o fizer certamente ficará para trás.

Traçado de Interlagos em 1973
Traçado de Interlagos em 1973

O fim da Reta Oposta é marcado por uma brusca redução de sétima para terceira marcha, caindo de 323 km/h para 150 km/h. Depois de contornar a curva do Lago, o piloto chega ao Laranjinha, que é percorrido de pé embaixo até chegar ao Pinheirinho.

A partir daí, começa o trecho mais travado da pista, culminando no Bico de Pato, uma curva “cega” (ou seja, que não permite visualizar seu fim) feita em segunda marcha a 72 km/h. O piloto volta a acelerar no Mergulho, chegando aos 230 km/h. Uma nova redução na velocidade é realizada na Junção (o trecho onde Ayrton Senna abandonou seu último GP Brasil em 1994), contornada em terceira marcha a 130 km/h.

A última curva antes da reta principal é a Curva do Café, marcada pelos acidentes fatais de Gustavo Sondermann e Ricardo Sperafico na Stock Car – e onde Fernando Alonso bateu forte em 2003. O piloto fecha sua volta passando pela Subida dos Boxes.

Justamente por ser uma das pistas mais complicadas do “circo” da Fórmula 1, Interlagos protagoniza cenas marcantes, daquelas que sempre aparecem na seleção dos melhores momentos da temporada. Assistir a uma corrida lá, independente da categoria, é garantia de fortes emoções. A seguir, selecionamos seis das corridas mais marcantes da história do GP Brasil. Se você é fã de automobilismo, pelo menos de uma destas provas você vai se lembrar.

1973: o rei Fittipaldi

Foi Emerson Fittipaldi o responsável pela estreia do GP do Brasil em grande estilo no calendário da Fórmula 1. A prova foi realizada de forma oficial pela primeira vez em 1973, já que a corrida vencida por Carlos Reutemann no ano anterior não contou pontos para o campeonato.

O palco da festa era o Autódromo de Interlagos, o mais desafiador e estruturado do país. Com quase oito quilômetros de extensão, combinava trechos bastante técnicos com curvas de alta velocidade. Mais de 100 mil pessoas lotaram as dependências de Interlagos, colocando até sua segurança em risco para ver os bólidos da F-1 acelerarem pela primeira vez.

Então campeão mundial, Emerson Fittipaldi chegou à corrida brasileira como franco favorito. Era ele a maior esperança de vitória entre os quatro brasileiros inscritos na prova – além de Fittipaldi, seu irmão Wilson, José Carlos Pace e Luiz Pereira Bueno disputaram a corrida.

Ronnie Peterson largou na pole-position, mas logo caiu para o quarto lugar. Pace assumiu o segundo lugar e Emerson saiu bem, rapidamente chegando à liderança. Peterson abandonou na sexta volta após uma das rodas de seu Lotus se desprender, enquanto Dennis Hulme (McLaren) assumia o terceiro lugar na 15ª volta.

Link Youtube | Transmissão da época

Enquanto isso, Emerson assumia a liderança para não sair mais de lá. Sem ser incomodado por Jackie Stewart, o brasileiro cruzou a linha de chegada à frente do escocês e de Hulme. Apenas os dois primeiros completaram a prova na mesma volta de Fittipaldi e só 12 deles “sobreviveram” às 40 voltas.

1975: dobradinha brazuca

O Brasil sempre teve ótimos talentos competindo nas pistas de Fórmula 1. Mas até 1975 nenhum pódio da categoria havia reunido dois pilotos nascidos aqui. Este pequeno tabu foi quebrado em grande estilo em 26 de janeiro de 1975. Foi neste dia que José Carlos Pace venceu o GP do Brasil de Fórmula 1, seguido pelo compatriota e amigo Emerson Fittipaldi.

Mais do que os outros pilotos, o forte calor do verão brasileiro era o principal inimigo de nossos representantes. Na primeira sessão de treinos, Pace fez apenas o quarto melhor tempo, seguido por Fittipaldi. Jean Pierre Jarier foi o mais rápido.

Os gringos continuariam à frente até o dia seguinte. Jarier conquistou a pole, mas Fittipaldi foi o segundo mais rápido, ficando apenas oito décimos atrás do francês. Já Pace fez o sexto melhor tempo, dividindo a terceira fila com a Ferrari de Clay Regazzoni. O outro brasileiro do grid, Wilsinho Fittipaldi, ainda penava para alinhar seu Coopersucar – projetado e fabricado pela primeira equipe brasileira da Fórmula 1 – no grid e foi apenas o 21º mais rápido.

Link Youtube | Transmissão da época

Era chegado o dia da corrida e mais de 100 mil pessoas se espremiam para ver o espetáculo de perto. Não bastasse o calor infernal em Interlagos (que fez o Corpo de Bombeiros trazer caminhões-pipa para refrescar os espectadores), a multidão se decepcionou com a péssima largada de Fittipaldi. O brasileiro perdeu cinco posições, caindo para o sétimo lugar no trecho conhecido como Retão. Pelo menos Pace fez uma ótima largada e saltou para a terceira posição, ficando atrás de Jarier e de Carlos Reutemann. O domínio do argentino duraria apenas cinco voltas, quando o francês Jarier lhe roubou a primeira posição.

Pace começou a se destacar a partir da metade da prova, superando Reutemann para iniciar a perseguição à Jarier. Quase simultaneamente, Fittipaldi começava sua corrida de recuperação. Quando Jody Scheckter foi obrigado a ir aos boxes, Emerson subiu para sexto e logo chegou e ultrapassou Niki Lauda, da Ferrari. Ao fim da 19ª volta, ele já estava na quarta posição. À sua frente estava ninguém menos do que o experiente Clay Regazzoni, um dos pilotos mais difíceis de ser ultrapassados daquele tempo. Ambos travaram um duelo de seis voltas até que, logo após sair da Curva do Laranja (atual Laranjinha), Fittipaldi botou sua McLaren por dentro e superou Regazzoni com uma manobra que levantou a arquibancada. Era dele o terceiro lugar.

Largada em 1975
Largada em 1975

Lá na frente, Jarier passeava tranquilamente com uma vantagem de mais de 20 segundos para o vice-líder Pace. No entanto, a vitória praticamente certa do francês começou a ruir na 30ª volta, quando a vantagem para o segundo colocado caiu para “apenas” 13 segundos. O fim veio duas voltas depois, quando Jarier abandonou com problemas na bomba de combustível.

O caminho estava livre para José Carlos Pace e Emerson Fittipaldi. O piloto da McLaren até tentou alcançar a Brabham de Pace, mas resolveu poupar seu equipamento do desgaste provocado pelo forte calor. O público explodiu de alegria após 40 voltas ao ver a bandeira quadriculada ser agitada para Pace, com Fittipaldi logo atrás. A comedida festa no pódio não combinou com a euforia da torcida, que invadiu a pista para celebrar junto com seus ídolos.

Aquele dia 26 de janeiro de 1975 ficaria na memória dos amantes de Fórmula 1 e principalmente na de José Carlos Pace. Esta foi sua única vitória na categoria, já que ele faleceu em um acidente aéreo em março de 1977.

Como homenagem, o Autódromo de Interlagos acabou rebatizado com o nome do piloto.

1986: dupla explosiva

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O charmoso circuito de Jacarepaguá testemunhou uma das dobradinhas mais históricas da Fórmula 1 em 1986. Desafetos assumidos, Nelson Piquet e Ayrton Senna subiram no pódio ao fim de 61 voltas. Ainda abalada pelo grave acidente que deixaria Frank Williams em uma cadeira de rodas, a Williams veio para cá com mudanças em sua dupla titular: vindo da Brabham, Nelson Piquet substituiu o finlandês Keke Rosberg.

O domínio brasileiro começou ainda nos treinos classificatórios, quando Senna dividiu a primeira fila com Piquet, à frente de Nigel Mansell (Williams) e René Arnaux (Ligier). Na largada, Mansell explorou seu estilo mais inconsequente do que arrojado para tomar a posição de seu companheiro de equipe. Logo em seguida o inglês até tentou assumir a ponta, mas foi fechado sem cerimônia pela Lotus de Senna. Três voltas mais tarde, foi a vez de Piquet esperar a hora certa e reassumir o segundo lugar.

Piquet resolveu parar na volta 19, saindo à frente de Senna, que entraria nos boxes logo depois. Com o abandono de Alain Prost (McLaren), a briga pela vitória ficou entre os brasileiros, para delírio dos espectadores.

Nem uma nova rodada de pit-stops alterou as posições, e o brasiliense Piquet celebrou sua primeira vitória pela Williams segurando a bandeira brasileira ao lado de Senna.

Uma cena inesquecível.

1991: a primeira vitória de Senna no Brasil

Embora já tivesse dois campeonatos mundiais, Ayrton Senna ainda tinha uma grande frustração: nunca ter vencido uma corrida de F-1 no Brasil. Já tinham sido sete tentativas fracassadas. Os motivos eram os mais diversos, desde uma possível montagem equivocada dos pneus de seu carro e problemas mecânicos até a trapalhada do japonês Satoru Nakajima, reconhecidamente um dos pilotos mais trapalhões do automobilismo mundial.

Mas esta história mudaria em 24 de março de 1991. Cheia de esperanças depois de Senna ter feito o melhor tempo nos treinos oficiais, a torcida esperava pelo momento histórico que estava prestes a acontecer.

Ayrton Senna - 20 anos da primeira vitória em Interlagos

O sonho parecia ainda mais perto de se realizar quando Ayrton sustentou a liderança, seguido por Nigel Mansell, que ultrapassou Riccardo Patrese logo após a largada. Os dois primeiros abriram vantagem em relação a seus adversários, principalmente após ambos fazerem paradas irretocáveis. Logo o azar vitimou Mansell, que teve um pneu furado e foi obrigado a realizar um novo pit-stop. Com isso, Patrese assumiu o segundo lugar, mas ainda muito distante do líder Senna.

No entanto, a euforia ainda contida de Senna virou um dos piores pesadelos de sua vida. Conforme a corrida se aproximava de seu fim, o câmbio de sua McLaren começou a apresentar problemas e foi perdendo as marchas pouco a pouco.

O próprio piloto explicou em depoimento à Rede Globo:

“De repente, perdi totalmente a quarta (marcha), faltando 20 voltas para o final. Comecei a sentir dores no pescoço, no ombro e nos braços. Aí de repente, fiquei sem a quinta e a terceira (marchas). Nada funcionou, faltando sete, oito voltas para o final.”

Enquanto ele lutava com seu equipamento, Patrese se aproximava a cada volta. Nos tempos atuais, o problema não exigiria tanto de Senna, já que os F-1 têm eficientes transmissões sequenciais com trocas realizadas por borboletas atrás do volante. Naquele tempo a coisa era de macho, com câmbio manual e embreagem. Do jeito que deve ser. E assim foi, graças à força de vontade de Ayrton.

“Achei que não ia ganhar nas últimas três voltas com o problema no câmbio. Mas quando deu duas voltas, pensei: 'vai ser no grito'. Lutei tanto, tantos anos para chegar isso. Vai ter que dar. Vai ter que chegar em (sic) primeiro lugar”.

O vídeo mostra que Senna se esforça bastante para levar seu carro até a linha de chegada. Justamente nas duas voltas finais, ele “queima” a embreagem em trechos como a Subida dos Boxes para “encher” o motor.  Em momento algum o brasileiro tira as mãos do volante para mexer na alavanca do câmbio, já que a única marcha disponível naquele momento era a sexta.

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Logo após terminar a corrida, o brasileiro extravasa e grita sem parar, com direito a palavrões e berros de dor. É impossível não se emocionar ouvindo o desabafo do então bicampeão mundial. De tão extenuado, Senna teve dificuldades para sair do safety-car que o levou até o pódio e precisou de ajuda para erguer o troféu. Ayrton venceria novamente em Interlagos dois anos depois, mas até hoje esta prova é lembrada pelos fãs do piloto como uma das mais emocionantes de sua carreira.

2006: o adeus, a glória e o bi

A corrida de 2006 já havia entrado para a história antes da largada. Era a despedida de Michael Schumacher, que poderia fechar sua carreira com chave de ouro saindo de Interlagos com seu oitavo título mundial. No entanto, ao contrário dos outros anos, desta vez ele tinha um rival à altura: Fernando Alonso.

Massa e seu macacão especial
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Enquanto Alonso só precisava marcar apenas um ponto para ser bicampeão, Schumi tinha de vencer a prova e ainda torcer para que seu concorrente não pontuasse. Largando de uma discreta 10ª posição, ele rapidamente saltou para quinto lugar, mas viu o sonho do octacampeonato se esvair quando um pneu de sua Ferrari furou. Voltou dos boxes no último lugar, mas fez uma bela corrida de recuperação, mostrando que não conquistou tantos títulos por acaso. No fim das contas, Michael cruzou a linha de chegada em um surpreendente quarto lugar. O resultado não foi suficiente para levar o título, mas o alemão se despediu da F-1 em grande estilo.

Sem Schumacher, as atenções se voltaram ao até então coadjuvante Felipe Massa. O piloto já havia causado furor durante os treinos, quando apareceu com um macacão verde-amarelo no lugar do tradicional vermelho.

O traje especial foi um pedido do piloto à Ferrari, que resolveu abdicar da tradicional cor pela primeira vez em sua história. Pelo menos a ousadia deu sorte: nos treinos, Felipe cravou a pole-position, enchendo as arquibancadas de esperança de ver uma vitória brasileira em Interlagos depois de 13 anos.

Link Youtube | Massa vence em Interlagos

O sonho se realizaria no sábado, quando Massa fez uma prova impecável e a venceu de ponta a ponta, levando o público ao delírio.

Se para o resto do mundo Alonso e Schumi foram as estrelas do dia, para os brasileiros nenhum deles brilhou mais do que Massa, considerado então a nova esperança de títulos na F-1.

2008: teste para cardíaco

Eis uma das corridas mais dramáticas da história da Fórmula 1. O então líder Lewis Hamilton chegou à última etapa do campeonato com sete pontos de vantagem para Felipe Massa, que precisava vencer em casa e ainda torcer para que Lewis Hamilton chegasse abaixo do quinto lugar para se sagrar campeão. Era difícil, mas a entusiasmada torcida começou a acreditar em um milagre quando Felipe fez a pole-position, levando as arquibancadas ao delírio. Com Hamilton largando na quarta colocação, de repente o jogo parecia virar a favor de Massa.

massa_gpbrasil2008_blog

No domingo, as emoções começaram antes da largada, quando um temporal atrasou o início da prova em dez minutos. Já com os pneus de chuva, Massa manteve a ponta, seguido por Jarno Trulli (Renault) e seu então companheiro de Ferrari, Kimi Raikkonen. Hamilton também conservou sua posição, contando com a preciosa ajuda de seu escudeiro e parceiro de equipe Heikki Kovalainen. Com o passar do tempo, a pista começou a secar, antecipando as idas aos boxes. Enquanto Massa voltou de sua parada na liderança, Hamilton caiu para sétimo, mas logo recuperou duas posições.

Nem a ameaça da volta da chuva fez as equipes mudarem de ideia e os carros voltaram de suas segundas paradas ainda com pneus de pista seca. As posições não se alteraram até a última parte da prova, o que ainda não dava o título a Massa – ele só seria campeão se Hamilton terminasse em sexto, já que ambos empatariam em pontos e o brasileiro levaria vantagem por ter uma vitória a mais. De repente, o então novato Sebastian Vettel (Toro Rosso) mudou a história da prova ao fazer sua parada. Hamilton subiu uma posição e momentaneamente virou o campeão de 2008.

Faltando cinco voltas para o final, a chuva voltou com tudo, forçando os carros a voltarem aos boxes. Só que Timo Glock (Toyota) resolveu ficar na pista e ganhou a posição do piloto da McLaren, que retornou na quinta posição. E não é que Vettel resolveu aprontar novamente? O alemão ultrapassou Hamilton a apenas duas voltas da bandeirada final, fazendo o título voltar às mãos de Massa.

O brasileiro cruzou a linha de chegada na liderança e foi campeão do mundo pela primeira vez. Mas só por alguns segundos.

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Nem ele nem os milhares de fãs eufóricos em Interlagos contavam que Glock perderia tração na Subida dos Boxes, a última curva antes da reta de chegada, perdendo posições para Hamilton e Vettel.

A família Massa ainda celebrava no box ferrarista quando o inglês terminou a prova em quinto lugar, frustrando uma legião de torcedores ávidos por ver o título da F-1 novamente nas mãos de um brasileiro.

Resignado, Felipe viveu um conflito de emoções: embora nitidamente triste pelo vice-campeonato, Massa encontrou forças para agradecer o apoio do público. Um desfecho cinematográfico para coroar a última vitória de um brasileiro em Interlagos.

E você, qual foi o seu GP do Brasil inesquecível? Conte para a gente nos comentários!

Para ler mais:

→ Como virar um piloto de Fórmula 1

→ Como funciona uma equipe de Fórmula 1?
→ Como funciona um carro de Fórmula 1?

Mecenas: F1 Grande Prêmio Petrobrás do Brasil

Interlagos foi palco de grandes momentos da F1, esse ano, acontece mais um: o encerramento da F1 2013.

A F1 está patrocinando esta série especial sobre a Fórmula 1 no PapodeHomem, detalhando o universo do esporte, piloto, equipe, o circuito de Interlagos e o carro. Tudo que você precisa saber para ficar por dentro do esporte.

O grande prêmio final será aqui no Brasil. Os ingressos já estão esgotados, mas ainda é possível comprá-los na bilheteria do autódromo de Interlagos. 


publicado em 18 de Novembro de 2013, 17:46
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Vitor Matsubara

Jornalista especializado em automóveis há cinco anos, fanático por tudo que tem motor há mais de 20. Quando não está pensando em carros, acompanha todas as partidas de futebol que estiverem passando na TV e se dedica a um de seus hobbies: colecionar camisas de... futebol.


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