Desde o início da Copa do Mundo de 2014, a toga branca com detalhes em azul, o par de braceletes na mesma cor e a coroa dourada de folhas de louro se tornaram uma espécie de uniforme para Christian Georges Avgoustopoulos.
Antes disso – desde dezembro de 1985 –, foram as histórias sobre tradições, danças, e valores da Grécia, compartilhadas pelo avô Nikos, que lhe vestiram dos pés à cabeça.
Apelidado Grego, o professor de xadrez aprendeu a ver o mundo pelos olhos do patriarca da família. “Nós, descendentes de gregos, nos sentimos gregos que moram no exterior. Filhos de uma mãe que não pode cuidar de todos na mesma casa”. Nas últimas semanas, foi pela disposição, pelo orgulho e pela emoção do neto de 27 anos que o avô, falecido em 2005, pôde ficar um pouco mais próximo da seleção helênica.
Christian pediu licença das cinco escolas em que leciona e percorreu Belo Horizonte, Natal, Fortaleza e Recife no encalço dos compatriotas. A cada vitória (e imagino que até mesmo na suada derrota deste domingo para a Costa Rica), Grego matou a saudade. A cada quilômetro e grito, ficou também um pouco mais perto do seu avô.
Não sei onde meu avô tá agora, não sei o que acontece, mas, se algo existe, ele certamente ele estava nos acompanhando. E deve ter ficado muito feliz com isso.
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Uma Copa do Mundo se faz com pessoas.
As que entram em campo, as que viajam para testemunhá-la, as que enchem as ruas, as que se voluntariam, as que torcem e as que veem no evento uma oportunidade para garantir seu sustento ou para extravasar.
A seção “Álbum de Figurinhas” pretende contar, com um microrrelato artesanal e um retrato por dia, a história de algumas dessas pessoas, muitas vezes invisíveis, que povoam os bastidores da Copa do Mundo do Brasil.
Para ler todos os textos, basta entrar no nosso Álbum de Figurinhas.
publicado em 29 de Junho de 2014, 23:49
