Impressões ao pilotar a primeira Harley Davidson elétrica da história

Quando recebi o convite para ir até Miami conhecer e pilotar a LiveWire, primeira moto elétrica da Harley Davidson, controlei a ansiedade e não pesquisei absolutamente nada sobre a ela até o dia do evento. 

Não li resenhas, não vi fotos e nem quis saber de nenhuma informação extra.

Concessionária Peterson’s – Miami – FL. Um dos maiores e mais antigos revendedores de Harley dos EUA

A  pergunta que ficava na minha cabeça, e que deve estar na sua nesse momento era: "mas e o barulho?"

Calma. Já chegaremos lá.

Qualquer procura seria como ler todos os spoilers de um filme, na fila do cinema com o ingresso e a pipoca na mão.

Tudo que eu sabia era que a Harley tinha um evento chamado “Project LiveWire”, uma espécie de turnê da marca pelos EUA. Enquanto um caminhão descia pela costa Leste, de Nova York à Florida, outro fazia o mesmo pela costa oeste, de Washington até a Califórnia, parando em diversas cidades ao longo do caminho e disponibilizando as motos elétricas para test drive a qualquer um que se inscrevesse no site

A única coisa que a Harley pedia aos que testaram a moto foi uma avaliação e a opinião sincera. 

LiveWire, a primeira moto 100% elétrica da Harley



Tecnicamente, essa não é a primeira moto elétrica do mundo. Já existem scooters e outras motos como a Zero que funcionam com células de combustível recarregáveis.

Mas a grande surpresa foi a Harley Davidson tomar a iniciativa de fazer uma moto elétrica antes de alguma grande montadora japonesa ou alemã. Junto comigo, estavam outros cinco jornalistas do Brasil e mais uns 15 da América Latina, a maioria de revistas especializadas, mas todos eram motociclistas.  

O clima era de total pé atrás com a tal Harley elétrica nas conversas.

"Mas e o barulho?"

Calma. Já chegaremos lá. 

Impressões ao dirigir a moto

A  LiveWire não tem embreagem e não tem marcha. Os motores elétricos conseguem entregar o torque cheio logo de saída, o que deixa a moto com excelente resposta na aceleração e na retomada.

A posição sentada é bem parecida com a da 883 Sporster e o peso das duas também é quase o mesmo. A tocada lembra bastante a de uma Harley, um pouco mais ágil e menos dura nas curvas, mas tive a sensação de estar pilotando um veículo feito de metal maciço e grudado no chão. 

A aceleração é diferente e a frenagem também é. A LiveWire se aproveita da energia cinética das rodas para recarregar as baterias. Na prática, você sente isso quando tira a mão do acelerador e nota a moto desacelerando, como se tivesse um freio motor ajudando a pará-la. O acelerador é bem sensível, tanto para acelerar como para desacelerar. Isso diminui bastante o uso do freio em relação a um modelo comum.

A impressão geral foi bem positiva. A moto é gostosa de dirigir, potente e responde rápido aos comandos, não ficando nada atrás de qualquer moto foda que vemos na praça.

Ainda não há previsão de lançamento e preço para a LiveWireForam produzidas cerca de 30 unidades apenas para teste. A Harley vai ouvir a opinião de todos os que fizeram o test drive, entender o que precisa ser ajustado (ou não) e vai avaliar a viabilidade de produção em escala antes de lançar o produto no mercado. 

Especificações técnicas da moto

  • Potência: 55kw – seria equivalente a 74cv
  • 0-100 km/h – 3,8 segundos
  • 80-130 km/h – 1,9 segundos
  • Velocidade máxima: 150km/h
  • Autonomia: aproximadamente 100km
  • Massa: aproximadamente 230kg 

O barulho

sensação é de estar pilotando um foguete! Algo meio futurístico, diferente do clima tradicional que estamos acostumados a sentir quando damos partida num motor clássico da Harley Davidson. Esse vídeo foi um dos melhores reviews que encontrei e vale a pena dar uma olhada. 

E aos mais tradicionais, fiquem tranquilos, a Harley não tem pretensão alguma de parar de produzir suas motos tradicionais a gasolina, ela está apenas flertando com novos produtos e horizontes.

Estrutura montada do lado de fora da concessionária para o projeto LiveWire. Esse caminhão desceu de NY até a Flórida realizando test drives abertos ao público em diversas cidades dos EUA. Um outro caminhão fez a mesma coisa na costa oeste americana.



E vocês? O que acharam da moto? Comprariam? Qual o valor máximo que pagariam por uma Harley elétrica?


publicado em 18 de Janeiro de 2015, 09:00
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Rodrigo Cambiaghi

é especialista em mídia programática, monetização de sites e BI. Reveza o tempo entre filha, esposa, cão, trabalho, banda, moto, games, horta de casa, cozinha e a louça que não acaba nunca.


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