A punheta matou minha vida sexual

Já acordo com os olhos na categoria “Amateur” do Pornhub, bato uma punheta e só então levanto para tomar café e escovar os dentes. Me apronto e sigo o rumo do escritório de advocacia onde sou um dos sócios. Depois do almoço, me tranco no banheiro e bato outra punheta, agora pensando nas ex-namoradas. A maioria delas atua melhor nos meus pensamentos do que na cama. Rebolam no meu pau, me chupam e imploram para que eu coma de quatro. Quando o dia está quase no fim, coloco um filme pornô na TV e bato a terceira punheta. Só depois vou pra cama.

Esta é minha vida há três anos. Dá umas 4500 punhetas.

Nunca me incomodou essa rotina. Penso na punheta como um gesto saudável. Chego a pensar que a punheta é o verdadeiro sexo: é você consigo mesmo desbravando prazeres sem depender de mulher nenhuma.

O álcool aumenta o desejo mas diminui a performance. Qual você prefere?
O álcool aumenta o desejo mas diminui a performance. Qual você prefere?

Saio sempre com mulheres. Devido à posição que conquistei nos meus 43 anos de vida, me tornei muito procurado. Sou um homem bem apanhado e rico. Pago jantares e festas. As mulheres me chamam para sair. Com algumas, vou pra cama. Sempre brocho.

Tenho evitado dormir com mulheres porque me sinto mal. Brochar é péssimo e eu não sabia o que era isso até meus quarenta anos. Brochei a primeira vez com uma namorada. Queria fazer ela gozar, queria que meu pau fosse a viga que sempre foi, mas não consegui. Brochei com ela de novo uma semana depois. A partir daí, brochei sempre.

Hoje, consigo manter uma ereção apenas com filmes pornográficos e com a minha imaginação. Não consigo mais fazer sexo com uma mulher. Viagra resolve, mas sou contra usar remédios pra isso.

Até os super-heróis brocham. E olha que a Jade é gostosa pra caralho, apesar de meio psicopata. Ou talvez por isso.
Até os super-heróis brocham. E olha que a Jade é gostosa pra caralho, apesar de meio psicopata. Ou talvez por isso.

Tentei viagra três vezes. Como meu pau não subia com a namorada, ela me pediu para usarmos. Fizemos isso apenas uma vez, pois me senti desconfortável. É muito incômodo ficar com o pau duro quatro horas seguidas. Depois, usei mais duas vezes, com mulheres diferentes, para impressioná-las, mas só porque estávamos em outra cidade e eu sabia que não as veria mais. E nunca mais, porque sei que ficar tomando remédio não faz bem.

Já paguei puta. Ela me chupou meia hora e nada de subir.

Já paguei psicoterapeuta. Acabei saindo com ela, mas brochei.

Já tentei ficar uma semana sem punheta, por sugestão da psiquiatra. No sexto dia, saí com uma mulher e o pau não subiu. Não acho que o excesso de punheta é o que me brocha.

Pode ser coisa da minha cabeça, algum distúrbio psicológico. Não é normal um homem na minha idade não conseguir ficar de pau duro com mulheres e só na punheta. Mas é o que tenho feito.

Hoje, não consigo mais ficar de pau duro diante de uma mulher. Só bater punheta. Eu queria me casar e ter filhos, o sonho de todo homem, mas não vou conseguir. Seria trágico se não fosse cômico: a punheta pode destruir os sonhos de um homem.

Aviso Importante da Equipe PapodeHomem

O texto acima é um depoimento de um leitor que preferiu permanecer anônimo. A inferência de que excesso de punheta faz brochar é do próprio autor – não nossa ou da comunidade científica. Ele mesmo parece ambivalente a respeito, uma hora diz que sim, outra que não. O depoimento do autor é verdadeiro, e ele está sofrendo, e por isso publicamos, mas não quer dizer que nós ou vocês devamos necessariamente concordar com os diagnósticos ou conclusões do texto.

O fato do autor dizer que bateu muita punheta e ficou brocha não quer dizer que você que bate muita punheta também vai ficar brocha, e, caso você bata muita punheta e já esteja brocha, não quer dizer que sua impotência seja causada pelo mesmo motivo que a dele. Na verdade, não quer dizer nada. Pode bem ser que os dois batam muita punheta e os dois ficaram brochas, mas foi por misturar pimenta no pó de café. Que é um exemplo hipotético, aliás.

De qualquer modo, a experiência dele não tem necessariamente nada a ver com a sua, amigo leitor. A internet é muito legal e talz, ganhamos a vida escrevendo na web e é muito melhor do que ter um emprego honesto como queriam nossas avós, mas ela não substitui o contato pessoal com profissionais especializados. Em caso de impotência, procure um urologista e um psicólogo.

Antes de ir embora, recomendamos a todos (e especialmente ao nosso autor anônimo) que leiam nosso outro texto sobre o assunto: Os efeitos do excesso de pornografia.

007, licença para brochar.
007, licença para brochar.

publicado em 18 de Janeiro de 2012, 06:57
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Autor Anônimo

Identificação coletiva e anônima, usada por autores ou leitores PapodeHomem que querem escrever artigos ou contar suas histórias sem abrir mão do sigilo.


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