115 anos da Harley-Davidson: nós estivemos nessa baita festa de aniversário nos EUA | Garagem #9

Viajamos até Milwaukee para conhecer mais sobre a Harley-Davidson durante as comemorações do seu aniversário de 115 anos

Eu lembro claramente da minha primeira volta de bicicleta sem rodinhas. Andei três metros e dei de cara no muro do vizinho. No meu caso, faltou saber frear.

Porém, acredito que a maior dificuldade para se começar no mundo das duas rodas seja acelerar. Quando se está no começo desta fase, pedalar mais parece ser justamente o contrário do que seu cérebro te manda fazer. Superada essa barreira, o restante fica mais fácil.

Foi pensando nisso que estive em Milwaukee por 5 dias: para entender como uma fabricante de motos fundada em 1903 passou pela crise de 29 e duas guerras mundiais sem interromper sua produção.

Na coletiva de imprensa as mais diversas nacionalidades

O início da nossa jornada foi a parte mais tensa de todas. Fomos até o escritório geral da marca para uma coletiva de imprensa internacional. Foi legal saber que o atual prédio administrativo foi construído no mesmo lugar de uma das primeiras fábricas da empresa.

Por lá, com a sala cheia de jornalistas do mundo todo, uma das coisas que mais me impressionou foi a maciça presença da imprensa asiática, mostrando que a marca está de olho nesse crescente mercado. Os executivos - incluindo o vice presidente - foram bem otimistas e fugiram de todas as formas de qualquer pergunta envolvendo a polêmica com o atual presidente americano.

Em seguida, foi a hora de ver pela primeira vez a versão final da Livewire ao vivo.

A primeira moto elétrica da Harley deve ser lançada no ano que vem e mudou bastante desde que o pessoal do Papo de Homem andou em sua versão inicial.

O visual ficou mais futurista na LiveWire

No segundo dia conhecemos uma concessionária da marca que era simplesmente gigantesca. Com dois andares, cada um com mais de 70 motos expostas entre seminovas e zero quilômetro. Só não tinha mais moto por conta de um infinito setor de acessórios que vendia desde manopla até relógio e almofada da marca. De lá, fomos conhecer a fábrica de motores. São duas linhas de produção gêmeas com capacidade para produzir mais de 200 mil motores por ano. É um show visual para os amantes do preto e cromado. Só então retornamos ao Museu para a abertura oficial das festividades.

Motores saem feito pão quente da fábrica

Do terceiro dia em diante as motos começaram a tomar conta da cidade. Nos hotéis nos estacionamentos só se viam motos e mais motos. Encontramos pessoas da Indonésia, França, Japão, Nova Zelândia e é claro muitos brasileiros.

Destaco aqui três em especial que rodaram muitos quilômetros de motocicleta do Brasil até Milwaukee. Edinho, um carioca muito carismático que veio rodando em mais de 40 dias de viagem. Além da dupla Ana Pimenta e Ana Sofia que passaram por 114 concessionárias da marca além da fábrica divulgando o combate ao câncer de mama e mostrando a força feminina. Tivemos uma visita exclusiva da imprensa ao museu em que foi possível conhecer a evolução desde a primeira bicicleta motorizada até os modelos atuais, passando pelas motos famosas no cinema e modelos de competição.

A fachada da concessionária

Logo após o almoço, fomos também para uma corrida de arrancada em Great Lakes Speedway um local seguro para acelerar. Foi interessante ver os mais diferentes tipos de moto competindo. Literalmente qualquer pessoa habilitada e com moto podia acelerar. Para fechar o dia com mais barulho, ficamos na primeira fila do Flat Track, uma corrida em um circuito oval que foi montado especialmente para o evento dentro de um ginásio Panther Arena.

Ficamos poucos centímetros das motos no Flat Track

O quarto dia teve ainda mais competição. Fomos até a charmosa estação Little Switzerland para a prova de subida de montanha (Hill Climb), como no dia anterior tinha chovido chegar ao topo da montanha ficou ainda mais desafiador e enlamaçado.

Porém, a tarde nos reservou a melhor parte da viagem a beach racing. Sim, isso mesmo que você acabou de ler. Aquela corrida lá da foto da capa do artigo.

Foi montado um circuito oval de areia na praia de Bradford Beach especialmente para a comemoração dos 115 anos. A categoria mais legal foram as das motos clássicas em que competiu uma Harley ano 1929!

Até mesmo as roupas dos pilotos e organizadores da corrida eram clássicas, dando um clima de total nostalgia. O som de motos dos anos 30 e 40 aceleradas até o limite das retas mostrava claramente que aquilo não era um desfile e sim uma corrida de verdade.

A lama deixou a subida de montanha ainda mais complicada

No último dia nos restou fazer as malas e assistir a tradicional "Parede" de despedida. A principal avenida da cidade é fechada para os motociclistas passarem. Tinha de tudo um pouco. Motos customizadas com suspensão a ar e rodas aro 30 até os pilotos mais figuras possíveis como o casal abaixo.

Por lá também são vendidas Harleys de três rodas

Se uma coisa me impressionou demais ao final disso tudo foi o fato de como o passado está presente atualmente nas motos da HD. Para se ter uma ideia, a linha Sportster - atualmente mais vendida da marca no Brasil - foi lançada em 1957 e desde então vem recebendo atualizações a cada ano. Assim como na bicicleta, para não cair é preciso sempre estar em movimento.

E você, caro leitor, gosta de motocicletas custom? Prefere outro estilo de motos? Te vejo nos comentários e até o próximo texto.

P.S: Para ver mais fotos e vídeos do HD 115 é só me procurar no Instagram, tem vários stories separados por dia do evento.


publicado em 11 de Setembro de 2018, 15:25
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Lucas Rizzollo

Jornalista especializado em carros e motos. Nascido com gasolina nas veias e fanático pelo o assunto desde sempre. Quando não está lendo ou escrevendo joga Poker e também Futebol Americano. Você pode seguir no Instagram.


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