Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .
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O nu é o estado mais natural e indefeso que uma pessoa pode se encontrar. Talvez, por isso mesmo, seja tão evitado. Otimismo à parte, a convivência humana é rodeada de armadilhas e terrenos hostis. Não é fácil colocar todas suas armaduras de lado quando se está no meio do campo de batalha.
Conseguir se despir por completo em um ambiente não-íntimo chega a ser um ato de coragem. Nesse ponto, a arte funciona como um guarda-costas, oferecendo segurança e conforto no momento da nudez. A câmera, o papel e o palco (entre outros) têm esse poder de encorajar as pessoas a se desarmarem em nome da criatividade.
Ser fotografada para esse ensaio me trouxe precisamente essa sensação, de naturalidade. Foi um dia de muita risada, sol e piscina. O cenário teve papel principal nos momentos de tirar a roupa na frente da câmera, parecia errado estar vestida no Jardim do Éden. Além disso, era um dos dias mais quentes do ano, cada peça de roupa a menos era um grande alívio.
Fora a eventual queimadura de sol, não tive desconforto algum durante a produção do ensaio. Matheus Pena, o fotógrafo, tem uma presença leve e descontraída enquanto trabalha. Ele conseguiu guiar o ensaio de maneira que o nu encontrasse tanto o natural quanto o sensual, aguentando com paciência meus infinitos palpites entre uma pose e outra.
Eu pude acompanhar o projeto desde o início, vendo as referências. Isso me deixou bem mais tranquila no dia de fotografar, já tinha alguma ideia do que estava por vir. Foi inspirador passar o dia sendo fotografada por alguém que exala amor pelo que faz.
As fotos são do Matheus Pena.
Boa semana a todos.
publicado em 16 de Janeiro de 2017, 00:00