A primeira barba de um homem

Semana passada recebi, por meio de nosso formulário de contato, um dos emails mais tocantes que já li ao longo dos três anos de estrada acumulados pelo PdH.

A autora? Uma mãe.

 

O e-mail, na íntegra

“Guilherme,

quero felicitá-lo pelo "Papo de Homem". Muito bom. Tenho um filho adolescente que quer fazer sua primeira barba. Tenho que orientá-lo, pois o pai do Lucas (meu filho) já passou para o andar de cima.

Minha dúvida seria: dou uma gilete ou aparelho de barbear?

Gostaria de saber os prós e os contra de cada um. Se puder me responder lhe agradeço na alma.

Atentamente,

Madalena”

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Assim que li, fiquei bons minutos fitando o monitor. Em silêncio.

Respondo agora, às 3 da madrugada, também pensando em silêncio sobre o que escrever.

O que muitos de vocês hoje visitam – e conhecem como um site que “diverte, informa e vez ou outra faz uma promoção bacana" – surgiu de uma gigantesca vontade de se criar um ambiente onde homens pudessem dialogar além dos clichês e arquétipos a respeito do que é ser homem hoje.

Porra, somos seres confusos. Filhos de uma geração divorciada, abastecida com metro-retro-modelos de masculinidade, bombardeada por mil e uma interpretações de mundo que chegam via email, Orkut, Facebook, Twitter, celular, MSN, Skype, TV, cinema, revistas, livros – quem ainda os lê – e n outros meios.

O resultado?

Uma tribo de homens perdidos.

Aqui nos encontramos. Não para cagar regras ou dizer como deve ser o verdadeiro saco-roxo way of life, mas apenas para conversar sem a preocupação de estar agradando ou não. Sem firulas. Sem frescuras. Sem máscaras.

E receber uma mensagem tão real e autêntica como a da Madalena representa um dos marcos mais significativos de toda essa jornada.

Viemos para chacoalhar, para ter impacto real na vida de vocês, e não para contabilizar ganhos com publicidade. Estar presente na vida de um jovem nesse ritual de entrada do mundo adulto é de arrepiar. Putaqueopariu.

Sem mais delongas, segue o comparativo PapodeHomem. Importante frisar: baseado em minha experiência. Creio que os leitores vão adicionar comentários valiosos.

O que dar para o Lucas?

 

Opção A: Lâmina de Barbear

Aqui falo da opção tradicional, daquela usada em conjunto com a navalha. Muitos barbeiros ainda fazem uso dela nos salões. O barbeiro do meu avô e do meu pai sempre usou.

Vantagem: é extremamente rente.

Desvantagem: nas mãos de um amador, pode facilmente produzir cortes na pele. Por ser muito afiada, se você usar 2 ou 3 dias seguidos, também danifica a pele com facilidade. Não é para todos.

 

Opção B: Barbeador Elétrico

Muitas marcas vendem modelos elétricos. Por volta de R$150-200 se compra um razoável. Já testei, mas não foi muito meu estilo.

Vantagem: no longo prazo, é econômico. Não necessita de creme ou espuma de barbear.

Desvantagem: se você tiver muita barba (como eu), não vai gostar tanto. Necessita limpeza constante e não dá a mesma sensação rente-com-refrescância que o barbeador e uma boa espuma conseguem.

 

Opção C: Aparelho de Barbear (recomendo esse para seu filho)

Aqui entram os de duas lâminas, três, quatro e até cinco, como o recém lançado Magnum 5 da Bozzano.

Vantagem: fácil uso, barbear rente, não machuca a pele com tanta facilidade.

Desvantagem: você precisa gastar com espuma ou cremes de barbear e comprar novas lâminas periodicamente. Como seu filho deve ter apenas penugem, isso não vai ser um problema ainda.

Dentre as três opções, vai no aparelho de barbear sem susto. Um Mach 3 da Gillete é uma excelente escolha para ele começar a aprender.

Depois indique a ele esse artigo, com dicas para um bom barbear. Escrevi em 2007, e continua válido.

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É isso.

Foi uma enorme honra responder a essa pergunta. Grande abraço para a Madalena e seu filho Lucas! Que sigam leitores da casa e que nossos textos continuem a impactar positivamente a vida de todos os mais de 10 milhões de passaram que já esbarraram por aqui.

Seguimos firmes.


publicado em 10 de Maio de 2010, 06:15
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


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