"Apenas se apaixone, faça uma bagunça fodida": Louis C.K., sobre relacionamentos amorosos

Que grande fala do comediante em seu novo especial do Netflix, sobre como nos apaixonamos e dá tudo errado depois e tá tudo bem

Saiu por uns dias aí o novo especial do comediante americano Louis C. K., um stand-up em que ele fala sobre diversos temas, um deles, o nosso comportamento diante de relacionamentos amorosos. 

O medo e a raiva, a ânsia de ter algo permanente e no ápice, a cagada que é esperar por isso.

Vem cá ver.

"Todo mundo está na merda. É isso que é estar com alguém. Ou você está sozinho ou você está em uma merda. Isso cobre 100% dos seres humanos.

Eu posso ver que existem casais novos por aqui, e vocês devem estar pensando "não, nós estamos em um relacionamento bom, é realmente muito bom". É, vai se fuder! Quem você pensa que é? Apenas não começou a ficar uma merda, por enquanto. Isso é tão arrogante! E vocês pensam "nós vamos vamos dar um jeito". E eu te digo, é, talvez vocês sejam então os primeiros!

É claro que os relacionamentos viram uma merda, isso é uma parte deles. É como ir a um filme de terror e no primeiro minuto você pensa "é..acho que vai acabar ficando tudo bem". Mas não se engane, eles vão morrer! E você vai odiar a pessoa que você ama agora. É assim que funciona:

Amor + tempo - distância = ódio.

É assim que é. Eu não estou dizendo que você não deveria se relacionar. Sim, você deveria, é a melhor coisa, a melhor parte da vida, o amor é isso. Mas não seja ganancioso e espere que vai durar. Não se surpreenda quando as borboletas no estômago morrerem. Apenas se apaixone, faça uma bagunça fodida. Vai virar uma merda, e você não percebe até que seja tarde demais. E aí você chora muito e segue em frente.

É a melhor parte da vida, realmente é.

Eu sempre amei amar. Sempre foi minha parte favorita da vida, conhecer alguém e pensar "merda! essa pessoa é foda". Esse é o melhor sentimento. Agora, como poderia esse sentimento ser algo que dura por toda a nossa vida? Isso é algo muito louco de se esperar. É só uma coisinha que você realmente consegue pegar, e depois ela apodrece e morre.

É assim que é.

É como ver uma pessoa no parque fazendo bolinhas com uma grande varinha e sabão. E às vezes eles fazem uma bolinha grande, e todo mundo fica abismado do tipo "Uau, caralho!". E depois percebe "merda, isso é tudo".

E você não fica bravo com a bolinha de sabão por isso, não é mesmo?!"

A tradução é da Marcelle Xavier.

* * *

Obs.: Este texto foi produzido do outro lado do mundo, no Japão! Estou em viagem na terra do sol nascente e escreverei daqui pelos próximos dias, com a ajuda da Seta Viagens, que me botou aqui. Acompanhem meus próximos artigos lá na minha página de autor.


publicado em 26 de Abril de 2017, 00:00
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Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna Do Amor. Tem dois livros publicados, o livro Do Amor e o Ela Prefere as Uvas Verdes, além de escrever histórias de verdade no Cartas de Amor, em que ele escreve um conto exclusivo pra você.


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