Sabe aqueles emails que a gente recebe com a sigla NSFW, de "not safe for work" (ou, naquele português que a gente tanto gosta, "não é seguro para abrir no trabalho". Pois é, eu sempre fiquei me perguntando o porquê daquela sigla.
Não do significado, e nem da intenção de avisar o conteúdo da coisa toda, mas sempre me surpreendeu a tensão com o nu. Claro que um vídeo ou imagem de sexo explícito já caberia em outros momentos, ver aquela cena pesada de sexo no trabalho seria mesmo o auge da procrastinação no sentido de querer estar excitado e ter que ver, ao mesmo tempo, planilhas e documentos e ir para aquela reunião com aquele incômodo na região da pélvis.
Agora, o nu.
Ainda hoje me vejo estranhando situações de pudor com o nu. A ideia aqui não é nem entrar em méritos de religião, criação e discutir ou tentar difundir a minha percepção. Mas uma coisa me chamou muito a atenção e essa coisa foi o começo do vídeo que quero que vejam logo aqui embaixo.
Link Vimeo | Belladona é uma atriz pornô americana e o Alberto, um pintor espanhol. Que junção, hein!?
Eu ia colocar esse vídeo como mais um post daquela nossa série de "bom-dia" que entra toda segunda-feira no PapodeHomem. Mas logo que dei o play, me deparei com a seguinte pergunta: "pessoas pensam que eu quero chocá-las. Por que isso choca? Por que as minhas pinturas chocam?"
Daí que eu não soube responder. O primeiro quadro mostra um homem peladão com seu pau de fora e as mãos no rosto enquanto lençóis dançam com o vento atrás dele. Um pau desenhado choca? Uma baita de uma pintura bonita de se ficar bons minutos olhando e curtindo cada traço e uma rolazinha desenhada seria o alvo do meu asco e transformaria algo belo em profanação do bom gosto?
Ok, estou lidando com pintura e não com a imagem do nu propriamente dita. Só que a proposta é a mesma. O nu como imagem bela poderia voltar a ser algo não estranho para os seres humanos, não? Já deve estar mais que na hora de suprimir a culpa católica (que uso aqui, generalizando todas as religiões que fazem do sexo e, consequentemente, do nu, algo errado ou permeado de regras, situações e contra regras) que tanto suprimiu a liberdade e, mais, a naturalidade de se estar e de se ver o nu.
Esse bom dia é diferente. É um bom dia de capa. Um bom dia que serve não só para ver o nu, mas para refletir sobre o nu.
Aproveitem, amigos estivadores. Sentem-se e vejam o nu e toda a delícia de se deixar passar pelos olhos o nu.

Obrigado pelo seu nu, Belladona, você é uma boneca lindinha e gostosa. Obrigado, Alberto, por mostrar o nu de forma tão bela e apaixonada.
Mas antes de acabar com tudo isso, me diz aqui: vocês já deram bom dia para a Belladona e pro Alberto? Vão lá, vai.
Boa semana a todos.
publicado em 02 de Janeiro de 2012, 06:08