Contra a produtividade

Esse artigo levou quatro anos para ser escrito

Quatro anos atrás me mudei temporariamente para o Porto Rico. Fui para lá atrás do Novo Sonho Americano, um sonho que varreu a cultura de negócios americana, lançou uma indústria de autoajuda de um bilhão de dólares, alienou minha geração, e matou incontáveis pessoas em meio a uma busca desenfreada.

Fui para lá na esperança de capturar as distrações e obrigações sociais daquela terra, e tentar acima de tudo capturar a qualidade elusiva que se salienta acima de tudo na psique contemporânea americana: fui para Porto Rico para me esforçar para ser mais produtivo.

Eu tinha um lugar para ficar, e não falava espanhol. Fui com a ideia de que evitaria distrações e conseguiria escrever muito. Organizaria meu tempo, meus pensamentos e minhas anotações. Teria listas de afazeres e nuvens de assuntos e estabeleceria prazos e os cumpriria, todos os dias entre das 9h até as 18h ou 19h. Contaria quantas palavras escrevera, quantos artigos discretos, acumularia um corpo de material. Os venderia com bons argumentos e os elevaria às expectativas das editoras, na medida em que isso fosse necessário. Criaria hábitos que me permitiram produzir conteúdo, no prazo, regularmente, sem estresse de último minuto.

Não fiz nada disso. Escrevi um pouco, e fitei muito o belo e velho teto do apartamento onde estava.

Meu cantinho altamente produtivo de produtividade sem fim

Quando fui para Porto Rico, eu estava, como todo mundo que conhecia, não só incrivelmente ocupado, mas absorto em busca de descobrir como produzir mais com meu tempo já freneticamente ocupado.

Eu precisava ser produtivo até mesmo no meu tempo de folga: será que estava me divertindo o suficiente? Estaria eu suficientemente revitalizado para minha nova rodada de trabalho? Estaria eu obtendo o máximo da ilha? Eu precisava aprender também de forma produtiva: estaria eu obtendo uma boa imagem da cultura de Porto Rico? Estaria eu minerando minha experiência desse belo lugar até extrair todo seu valor?

Um dia esses caras legais me ensinaram a jogar dominó.

Eu visitava novos amigos, e brincava na internet (embora sempre em velocidades 2G). Observava a chuva cair. Cozinhava. Considerava muito o formato dos prédios, e, de tempos em tempos, cuidava de gatos. Caminhava até velhos fortes e mirantes.

Num dado momento, por razões desconhecidas, tirei fotos de portas. Autocriticava-me fortemente por não ser produtivo, por desperdiçar esse tempo tão precioso que havia separado para botar em ordem minha vida profissional. Passava horas ansioso, tentando melhorar meu tempo separado para a escrita.

E então tudo caiu: o único hábito que sustentei foram tardes vazias e depressivas em que eu ficava a sós com gatos e a chuva. Mas também, completamente por acidente, acabei refletindo sobre aquilo que precisava refletir para levar minha carreira numa direção completamente nova e antes não imaginada.

No final minha viagem para Porto Rico acabou não sendo o que eu esperava. Quase não escrevi. Reclamei muito de mim mesmo. Fiz longas caminhadas e tirei um bocado de fotos medíocres. Editei parte de um livro, mas essa atividade não me tomou muito tempo. Basicamente ficava sentado, tanto ansioso quanto entediado por ter feito tão pouco. E não tinha ideia alguma de quão vital era aquele tempo, na medida em que ele passava.

O melhor barista que já encontrei estava no café que eu mais frequentava em San Juan. Isto é um coqui, o sapo portorriquenho que se houve à noite por lá

Sempre tive um interesse, certo flerte, pelo sempre mutável sonho Americano, de O Grande Gatsby até Medo e Delírio, aquele sonho das cercas e galinheiros dos anos cinquenta até nossas aventuras no exterior e as muitas tentativas de levar a democracia aos outros e a nós mesmos.

A cada era que passa a América se reinventa e transforma o sonho, e junto com ele boa parte da alma nacional. Mas sentado na velha San Juan em meio à chuva tropical, tentando evitar que os mosquitos mordessem meus calcanhares, comecei a pensar que nenhuma iteração do sonho era tão vil quanto a presente.

Apesar de toda a ganância e ódio das iterações passadas, nenhuma versão do sonho havia sido tão mecânica – tão desumanizadora – quanto esse sonho de produtividade.

Hoje sonhamos em fazer Cada Momento Valer a Pena, atingir um fluxo de produção e nunca o largar, criar um projeto atrás do outro, sempre superando o anterior, e trabalhar mais e com mais inteligência. Engajamo-nos em tarefas simultâneas, atualizamos o status e o igualamos a longas horas trabalhadas em sistemas sem pagamento de hora extra, apenas para poder nos declarar Importantes Demais para Conceder Tempo a Si Mesmo, sem tempo a perder.

Mas essa encarnação do sonho americano diz apenas respeito a fazer algo, e nada sobre fazer algo bom, e nem mesmo refletir sobre o que se está fazendo – além de considerá-lo sob o aspecto de como o fazer de forma mais eficiente. Não trata-se nem mesmo das entregas ao hedonismo e devassidão ou ganância que nossos sonhos literários já registraram. É uma entrega a nada, a um nada contabilizável.

A finalidade da produtividade deste momento, com sua prática toda-envolvente e seu horizonte inatingível, é perfeita para nosso atual mundo corporativo. A produtividade nunca pergunta o que está construindo, apenas quanto se pode acumular antes de ir embora ou morrer. O prazer é irrelevante. Quanto ao destino da humanidade, é agnóstica. Não é nem mesmo egoísta, a produção nega o indivíduo. O indivíduo é apenas um denominador, segurando uma barra de divisão como uma estátua grega segurando um teto de pedra.

Tenho certeza que isso começou com a revolução industrial, mas o que está se passando com essa geração é mais recente. Essa ideia de produtividade começou nos anos 1980, com a ganância do trabalho duro sem limites.

Claro que há uma crítica a ser feita sobre o capitalismo como um todo, especialmente nas formas mais recentes, mas o que realmente devastou minha geração foi a doença espiritual inerente no trabalho humano perfeitamente mecanizado do taylorismo. Porém Taylor nunca viu um robô ou um computador aperfeiçoarem seus métodos de ser humano. Nos anos 1980 finalmente encaramos isso.

Na era dos robôs reinventamos a ideia de sermos nós mesmos robôs. Queremos programar nossas mentes e corpos e fazê-los obedecer a relógios e rotinas. Nessa era do robô humano, da mente materialista, ser eficiente tomou o lugar mais proeminente, deslocando a bondade, o poder ou a sabedoria – e até mesmo além da cruel ganância.

E há tantas vítimas dessa visão mecânica do humano. A própria sabedoria desapareceu do discurso, e foi substituída pelo mero conhecimento. Não quero com isso implicar que haja menos sabedoria nestes tempos, mas que a própria ideia de sabedoria desapareceu de nossa cultura. Quando raramente ouço a palavra, geralmente trata-se de um stat num jogo.

A evidência é tudo, mas o contexto que poderia prover sentido a evidência, não tem valor algum. A própria ideia de uma educação liberal, que certa feita foi a fundação de nossa cultura iluminista, hoje é embasbacadoramente irrelevante, até mesmo para os poderosos e ricos para quem foi inventada. Como, nos perguntamos coletivamente, nosso entendimento de história, filosofia ou arte poderia nos fazer mais produtivos? A ideia de uma vida vibrante foi substituída por mera saúde.

A capacidade de se maravilhar se tornou uma bomba inflando a criatividade como aplicação prática. Como podemos fazer o que temos que fazer? Embora tenhamos mais tecnologia para evitar o trabalho do que em qualquer momento na história, configuramos as coisas de modo que temos que realizar mais do que qualquer sociedade antes de nós. Até mesmo criamos uma obrigação social de nos divertir com eficiência máxima, e lhe demos o nome de indústria do turismo.

“Produtividade”, o termo, nasceu no início do séc. XIX, como a capacidade de trazer algo à tona. A terra podia ser produtiva – também o gato, o mar ou uma mulher. Porém, no séc. XX, esse sentido foi eclipsado por uma nova definição econômica: a taxa de saída, por unidade. Produtividade perdeu a implicação de fertilidade e vitalidade, e se tornou algo mensurável: uma fração onde o total de saída fica acima da unidade de entrada.

Se você aumentar o numerado, você é mais produtivo, não interessa o que representem as unidades. Podem ser amêndoas por metro quadrado cultivado. Ou móveis finos por carpinteiro anabaptista da Pensilvânia.  Ou lucro por ano de encarceramento numa prisão da iniciativa privada. Para agregar produtividade, e portanto mensurar tudo que pode ser medido e produzir um número para racionalizar uma civilização, os numeradores precisam ser traduzidos para a mesma unidade básica: receita.

Muito grosseiramente, quando fazemos isso com relação a todo um país, o resultado é o PIB, e o utilizamos para medir a saúde de uma sociedade.

Comparando os PIBs

Em termos de PIB, a Índia e o Canadá competem páreo a páreo uma com a outra em produtividade nacional. E você pode tentar adivinhar, como eu mesmo faço, o que isso significa para as vidas de qualquer canadense ou indiano em particular. Não importa o que seja, em alguma coisa estão melhores do que os sul-coreanos.

Gostamos do PIB porque, como coordenadas geográficas, parece nos dizer onde estamos em uma lista. Na perspectiva do séc. XX a economia se tornou uma filosofia de vida. Gostamos de saber o que quer que saibamos, mesmo que, como muitos eventos nos últimos 100 anos demonstram com dolorosa redundância, ninguém soubesse o que nosso conhecimento significava. A produtividade como uma medida nunca representa bem o que se chama de “resultados”.

O conhecimento é algo que se pode medir. Você pode criar métricas e avaliações universais que preenchem colunas de registros de contabilidade. Acima de tudo, ganhamos interesse em nos medir a nós mesmos. Palavras contadas por dia, linhas de código por dia, hambúrgueres servidos por hora, passos dados por dia, questões na prova/100, dinheiro ganho/salário médio na sua área. Agora temos revisões trimestrais, avaliações do trabalho feito, e certificações testadas. As pessoas produtivas sabem exatamente quando se encaixam num lugar ou não.

A sabedoria é uma qualidade elusiva que não se consegue quantificar, como gostar de algo, vitalidade, alegria, esperança, visões de tempos longínquos ou uma vida que vale ser vivida. Essas coisas são Métis – coisas com que se lida em literatura, mas melhor deixadas como ruído, canceladas o quanto possível, na sociedade atual. As pessoas produtivas, como as máquinas produtivas, não têm índices de Métis, sabedoria, ou de vida bem vivida. Então essas coisas vivem apenas na poesia e na fantasia, e, se temos muita sorte, no nosso pecaminoso tempo improdutivo. Elas são apagadas, e com elas, os futuros contidos nelas. Não são criaturas do agora, e a produtividade só sabe do agora. Elas só aparecem naqueles dias onde tudo mais inevitavelmente cai em ruínas.

E isso está nos matando. Está deixando nossas almas famintas e aplainando nossas buscas intelectuais em cada vez mais estratificadas fatias verticais.

Karoshi: Assalariado Suícida é um jogo em flash em que a finalidade é se matar de trabalhar em todos os níveis.

Tecnicamente falando, os Americanos trabalham algumas horas a mais por ano que os japoneses, mas nenhum desses números inclui horas extras não pagas, ou trabalho extra que você precisa fazer além do seu trabalho regular, e algumas vezes para ele, fora do tempo especificado. Não contabilizado, esse trabalho segue real, e suas consequências são difíceis de ignorar.

Os japoneses definiram uma forma de morte-por-produtividade: karōshi. Karōshi é quando você é tão produtivo que seu coração ou cabeça dão problema e você sagra internamente até morrer. Por outro lado, se esses órgãos seguem funcionando, mas a mente vai pro beleléu, karōshi pode se tornar karojisatsu: suicídio por excesso de trabalho.

Karoshi Factory, uma continuação do Karoshi original.

Na América não temos morte por karōshi. Não o contabilizamos como categoria de óbito, e portanto, do ponto de vista de nosso mundo mensurável, não existe. Somos produtivos sem que isso custe nada. Não porque não estejamos morrendo disso – certamente estamos – incontáveis vidas e famílias estão imersas no desespero. Não há preço porque não há como quantificar o que se está perdendo.

Muitas pessoas, especialmente em tecnologia, dizem que sua produtividade está mudando o mundo, e isso é irrefutável. Mas ninguém parece saber para o que estão mudando, porque ninguém consegue medir o mundo. Quando ninguém consegue medir o mundo, quanto dele realmente existe?

Enquanto isso, de volta a Porto Rico.

Houve um tempo em que se escrevia alguns poemas, morria de tuberculose, e chamava isso de “vida bem vivida”. Isso era quando aprendemos a esperar por pensamentos difíceis, quando separamos um tempo para duvidar ou questionar, ou simplesmente deparar uma grande questão com puro desconhecimento, quando não tínhamos luzes à noite, nem smartphones, e apenas nossa imaginação para nos fazer companhia no escuro.

Costumávamos sonhar acordados sobre estrelas que podíamos ver, porque as noites não estavam tão obscurecidas pela poluição luminosa. Então as questões se tornaram grandes demais e assustadoras. Ficamos bons demais em matemática e engenharia, sem realmente perceber que não éramos bons o suficiente, e nem sabíamos que “bom o suficiente” existia. Perdemos nossas dúvidas úteis e esquecemo-nos de perguntar por quê. Leva muito tempo fazer essas perguntas, e talvez nada advenha delas. É uma forma muito arriscada de usar o tempo hoje em dia. Perdemos a capacidade de sonhar futuros vastos.

Há mais do que um só tipo de pensamento. Há pensamentos que não se consegue completar num mês só, ou num trimestre fiscal, da mesma forma que há pensamentos que podem ocupar menos do que um período de férias, uma semana, ou um intervalo de folga para o café. Como o espectro do comportamento dos fótons, os pensamentos surgem num número quase infinito de comprimentos e frequências, e sempre se movem no ritmo exato da vida humana, enquanto se aplicam a esse universo.

Alguns pensamentos são longos, podem levar anos para pensar, ou uma vida. Alguns pensamentos tomam várias vidas, e os entregamos para as próximas gerações como em uma corrida de bastões. Alguns desses pensamentos longos são os melhores de todos, mesmo que não sejam nada produtivos.

Ao longo de muitas gerações, eles mudam o mundo todo, como uma alavanca secreta colocada e disposta pelas imaginações amorosas de milhares de observadores de estrelas nada produtivos.

Esse era o teto que eu fitava. Decidi guardar a imagem para a posteridade

Eis o que realmente ocorreu comigo em Porto Rico quatro anos atrás: caí num poço, me machuquei um pouco, e passei o resto do tempo vagando a pé (quase sempre nos mesmos lugares) e sonhando acordado. Escrevi alguns posts de blog esquisitos que ninguém leu. Aumentei minha dívida de cartão de crédito. Os dias em si eram bem calmos. Comecei a pensar no que a internet faz com a sociedade apenas por ser a internet o que é.

Escrevi sobre algumas das coisas que vi, e repassei as imagens na minha mente enquanto caminhava pela praia. Fiz um vídeo sobre ser um robô num bar de blues japonês, perguntando se alguém conseguia ver a singularidade acontecendo por dentro. Tentei imaginar 2010 sem a internet. Tentei imaginar a mim mesmo em 1989 com a internet. Falei sobre como a internet muda e não muda as coisas num lugar como Porto Rico. Li sobre Rwanda, e sobre a história dos sindicatos de Porto Rico, e li e conversei sobre a história do café. Os porto-riquenhos dão muita atenção ao café. E então fui embora. Nem lembro para onde fui logo em seguida.

Mas hoje tudo isso significa algo diferente para mim. Quando olho não só para o tempo que perdi em Porto Rico, mas para os anos improdutivos antes e depois, os vejo de forma diferente. Quando eu não estava me sentindo culpado por não ser produtivo o suficiente, eu estava interagindo com o mundo e pensando sobre essa interação.

Eu estava dispondo as primeiras pedras de uma nova fundação, uma nova forma de pensar sobre a cultura em rede, e mesmo sobre nosso lugar nesse planeta. Em vez de fazer, eu estava aprendendo, sorrindo para pessoas com quem não compartilho uma língua, e cruzando as experiências na minha vida com as noções no meu cérebro.

Estava tudo retesado em mim por muito tempo, como notas no meu blog, trechos de poemas, pedaços de historia que nunca foram escritos. As peças dessa mudança eram as peças de letras de música que perdi tempo escrevendo em post-its, e que imediatamente perdi, e artigos que li em vez de trabalhar, e pedaços de conversas e músicas pop que se prendiam como fitas e botões, e pedaços de flores colados por toda minha psique.

Porto Rico é a terra do maior rádiotelescópio do mundo, aninhado na selva de Arecibo.

Meu tempo perdido e improdutivo foi o único momento em que me perguntei: Mas o que mesmo eu devia estar fazendo? O que é uma vida digna de se viver? E o que se seguiu foi o único momento que me permitiu começar a responder essas questões. O que é um bom trabalho? Isso tudo vale a pena? O que faz uma vida ser digna de ser vivida? Que tipo de benefício eu posso trazer para esse mundo?

O que é mesmo esse mundo?

Agora estou começando a colher o que semeei durante aquele tempo perdido e improdutivo. Mas agora há tantas repercussões e ideias daquele tempo que não consigo segui-las todas. Hoje vejo o mundo de forma diferente. Gosto mais dele, e o vejo um pouco melhor como tudo se encaixa.

A sabedoria demanda tempo. Demanda olhar para a chuva, ajudar os outros. Demanda não fazer nada para nos tornar novamente humanos. Ver as conexões entre as coisas requer estudar os espaços em branco entre elas, os dias que se esvaem em tédio e solidão com apenas uma pessoa e seus próprios sentidos para acompanhá-los.

Agora posso ver que muito do que escrevi no ano passado começou em 2010, em Porto Rico. Posso ver como aquele tempo me permitiu trabalhar nas histórias de 2011 e 2012, com compreensão e a perspectiva de que eu não teria conseguido realizar essas coisas sem os fracassos de produtividade que moldaram 2009 e 2010. Posso agora ver que meu trabalho produtivo – pelo menos no que ele é bom, vem de meu tempo não produtivo, de minha ânsia de compreender o mundo.

De muitas formas a tolice não é o oposto da sabedoria, mas a ausência de sabedoria. A produtividade é o oposto da sabedoria. A humanidade é um produto de tempo e imaginação. É dessas coisas que nossos frutos nascem, mais do que de nossas fábricas. A produtividade é uma qualidade de robôs perfeitos. Histórias, aventuras e todas as coisas novas que temos ainda têm que vir de seres humanos bagunçados.

Devíamos passar mais tempo desperdiçando tempo. Precisamos nos entediar mais. Precisamos passar mais tempo olhando curiosamente para pássaros que não reconhecemos. Tudo que precisamos é um pouco mais de tempo para conectar os pontos e ver se realmente importam. Eu não sei muito mais do que isso, mas algumas vezes é preciso fazer coisas sem saber o quanto se precisa delas.

Com relação a mim mesmo, quero voltar a Porto Rico.

A vista do domo no Rádiotelescópio de Arecibo, fotografada numa visita esse verão.

Agradecimentos para Zeynep Tufekci, Kendra Vaculin, Virginia Heffernan, e Evan Hansen.

* * *

Esse texto foi traduzido a partir do Medium da autora.


publicado em 19 de Setembro de 2015, 21:39
Norton

Quinn Norton

Uma jornalista de hackers, corpos, tecnologias e internets. "Inútil em termos de... detalhes táticos" (Stratfor).


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