Equilíbrio: estratégias emocionais para homens em situações de estresse

Recursos para homens que desejam lidar melhor com emoções destrutivas, obstáculos do cotidiano e cultivar mais equilíbrio interno

Nota essencial: chegou até aqui após nos escutar no podcast Mamilos e deseja ser avisado em primeira mão das próximas turmas de 2018, presenciais e/ou online, deixe seu melhor email aqui

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Às vezes parece que não vai mais dar pé.

A cabeça pesa, os problemas girando sem fim enquanto você tenta achar uma saída. Seja no trabalho, no amor, na família, onde for, a sensação é de estar perdido em um mar revolto, capturado em um pista de obstáculos intermináveis.

Nessas horas uma das reações mais comuns em nós, homens, é o fechamento.

Homens chorando em fotos do especial sobre masculinidades da revista Trip | crédito dessas belas imagens: Luiz Maximiano

Entretanto, mesmo o tampão emocional sustentado pela mais perfeita expressão de tudo-sob-controle-nunca-estive-tão-bem, não impede nosso corpo e nossas ações de denunciarem que algo está errado.

Algum excesso ou descompasso vai se manifestar. Seja no café, cigarro, álcool, games, maconha, drogas mais pesadas, sexo, na comida, nas horas sem sim em frente ao computador, na crônica falta de sono ou em turnos cada vez mais longos de trabalho.

É difícil não notar quando um homem enfrenta situações de alto estresse em sua vida. Ele não precisa dizer nada, seu corpo, suas expressões faciais e suas ações entregam o jogo bem mais do que ele gostaria.

Consequências desse iceberg chamado "desequilíbrio emocional"

Pagamos um preço alto ao deixar de nos alfabetizar emocionalmente. Não faltam estatísticas assustadoras e casos reais para nos mostrar isso.

Hoje, 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome do esgotamento profissional (burnout), segundo estimativa da International Stress Management Association (Isma). Segundo o próprio Isma, a falta de produtividade causada pela exaustão gera prejuízo equivalente a 3,5% do nosso PIB.

Segundo pesquisa de 2014 da Isma Brasil (International Stress Management Association), 72% das pessoas estão insatisfeitas com o trabalho.

Temos mais de 4 milhões de álcoolatras, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Mais pessoas do que você imagina, em sua maioria homens, sofrem de compulsão sexual — sendo que é um problema com tratamento, como essa excelente reportagem nos mostra, com vários relatos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, 25 milhões de brasileiros sofrem de disfunção erétil em alguma medida. E “a taxa de prevalência da disfunção erétil cresce anualmente em todo o mundo”, nos explica o urologista Carlos Corradi, presidente da SBU.

Isso tudo é só a pontinha do iceberg. São sintomas possíveis em quadros de desequilíbrio emocional. E o fechamento tende a piorar ainda mais a situação.

Ao invés de buscar ajuda, o impulso é buscar uma resolução por conta própria. Na melhor das hipóteses, envolvendo uma ou outra pessoa mais próxima (pai, mãe, parceira, parceiro…) que ainda corre o risco de virar um para-raios de frustrações e ressentimento.

Mas como lidar melhor com as emoções em nosso dia-a-dia?

Nossas emoções nos acompanham vinte e quatro horas por dia. Cultivar uma relação mais lúcida com elas significa caminhar por mais facilidade em meio a quaisquer dificuldades que a vida possa nos apresentar.

Não adianta achar que o mundo vai se tornar um parque de diversões pronto pra nos pegar no colo. Conflitos, dilemas e situações duras são parte do cotidiano de todos nós. Podemos deixá-las mais fáceis ou mais difíceis.  A mesma questão enfrentada por duas pessoas pode ser um inferno ou um mero obstáculo corriqueiro.

As 7 emoções universais (você vai aprender mais sobre elas em nosso curso)

O modo como lidamos com os obstáculos e emoções destrutivas que surjam pelo caminho vai impactar significativamente no tamanho e complexidade de nossos problemas.

Ao falar de emoções destrutivas, me refiro a velhas conhecidas como raiva, medo, desprezo, ciúme, inveja, ganância. É possível se relacionar de modo construtivo com uma emoção usualmente destrutiva.

Assim como podemos nos relacionar de modo destrutivo com emoções supostamente positivas, como a alegria. Se nos fixamos em buscar alegria a todo e qualquer custo, por exemplo, essa postura autocentrada pode causar vários danos.

Cabe especular então: será que podemos aprender a cultivar uma relação mais satisfatória com nosso mundo emocional ou "somos como somos", talvez apenas melhorando um pouco aqui e ali?

Por conta dessa pergunta tenho dedicado boa parte de minha vida ao treinamento emocional e me tornei um professor certificado pelo método Cultivating Emotional Balance (Cultivando Equilíbrio Emocional), pelo Santa Barbara Institute for Consciousness.

O que é e de onde surgiu o método CEB (Cultivating Emotional Balance)?

O CEB surgiu após um dos encontros promovidos no ano 2000 pelo Instituto Mind & Life, cuja missão é promover o florescimento humano por meio do diálogo entre a ciência, as práticas contemplativas do oriente e as tradições de sabedoria.

Nesse encontro específico, estavam presentes Paul Ekman, Alan Wallace e o Dalai Lama.

Dalai Lama e Paul Ekman, em um dos vários encontros colaborativos que tiveram

Paul é psicólogo e referência mundial no estudo das emoções. Foi considerado uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista TIME em 2009, um dos psicológos mais importantes do século 21 pelo Archives of Scientific Psichology e, pra coroar tudo isso, foi o consultor da maravilhosa animação "Divertida Mente", da Pixar. E também foi o consultor científico da série "Lie to me" — aqui bastidores desse processo.

Alan Wallace, renomado professor budista, foi ordenado monge pelo próprio Dalai Lama e oferece ensinamentos desde 1976. Possui um doutorado em estudos comparados de religiões em Stanford e é presidente e fundador do Santa Barbara Institute for Consciousness Studies.

O diálogo do trio se focou em como podemos gerenciar as emoções destrutivas presentes em nosso cotidiano. E foi tão produtivo a ponto do Dalai Lama sugerir a eles que transformassem tudo aquilo em uma formação que pudesse ser usada para treinar pessoas capazes de levar adiante esses conhecimentos.

Isso vem sendo feito há 7 anos, com cinquenta novos professores certificados a cada turma. Hoje são cerca de 350 espalhados pelo mundo e eu tive a sorte de me tornar um desses.

Te convido agora para a primeira edição do curso "Equilíbrio: estratégias emocionais para homens em situação estresse", em São Paulo

Apesar de também conduzir encontros mistos, esse encontro é somente para homens. Abaixo o registro de encontro que conduzi na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho, em Porto Alegre.

 

E aqui uma foto da primeira turma desse curso de equilíbrio emocional, somente para homens, realizada esse ano:

Turma boa, pra ficar no coração!

Viajando pelo Brasil, noto que há uma grande quantidade de espaços nos quais os homens agem como sempre agiram — mas temos uma escassez de espaços que acolham, encorajem e facilitem a transformação masculina.

Por esse motivo resolvi focar essa turma neles e estruturei um percurso baseado no CEB, porém mais enxuto. O treinamento completo do CEB leva 42 horas.

Algumas perguntas práticas que vão guiar nossos encontros

Conduzindo meditação no encontro Homens Possíveis, realizado em dezembro de 2016

Como posso lidar melhor com questões como a culpa, autoestima, traição, amor, saúde, ansiedade, tédio, distração, frustração…?

Sabedoria e compaixão são teorias bonitas ou são inteligências práticas, que posso aplicar pra valer?

O que são as emoções? Como posso me relacionar com elas de modo mais saudável, além de reprimir ou soltar?

Como posso reconhecer os gatilhos emocionais e o processo pelo qual uma emoção surge, impacta o corpo, a mente, as relações e se desvanece?

Como não perder tempo e cultivar referenciais claros, eixo e direcionamento para uma relação mais madura com nossas emoções?

Quais as coisas práticas que posso fazer para começar?

Por que a constância e a continuidade da prática são importantes e como propiciá-las?

Dá para usar a vida diária (relacionamentos, trabalho, família…) como espaço de prática?

Como usar as outras coisas que já faço (a yoga, a terapia, o esporte, a arte…) para impulsionar ainda mais meu movimento?

Como ajudar as pessoas próximas a também se beneficiarem?

Vamos compreender os quatro equilíbrios e como cultivá-los

Minha experiência com o tema

Trabalho com masculinidades há mais de 10 anos. E conduzo rodas, imersões e cursos sobre temas como masculinidades, equilíbrio emocional e cultivo de comunidades. Aqui uma palestra recente que dei no TEDx RuaPortugal e narra parte desse percurso.

Sou professor certificado pelo método CEB (Cultivating Emotional Balance), do Santa Barbara Institute for Consciousness.

Fui treinado diretamente por Alan Wallace e Eve Ekman, filha de Paul Ekman, que desenvolveu o CEB junto de Alan Wallace. Também me dedico a práticas contemplativas desde 2011, como aluno do Lama Padma Samten, tendo Henrique Lemes como meu tutor.

Encontro "23 dias pra um homem melhor"
Roda que conduzi com executivos líderes de grandes empresas

Onde me inscrevo mesmo pra garantir uma vaga?

As turmas de 2017 foram um sucesso, todas lotaram — esse é o artigo original escrito para divulgá-las, ano passado.

As de 2018 serão anunciadas em breve. Também teremos uma versão online do curso, que está sendo feita à pedido da comunidade.

Se chegou até aqui após nos escutar no podcast Mamilos e deseja ser avisado em primeira mão das próximas turmas de 2018, presenciais e/ou online, deixe seu melhor email aqui

Um grande abraço e até breve!


publicado em 11 de Junho de 2017, 14:10
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


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