Entre planejamento e caos: gestão de dinheiro, tempo e elos de confiança

Cinco anos atrás eu estava em Belo Horizonte, com moradia provisória em um quarto na casa de minha avó, conta bancária vazia, dando aulas de inglês para ganhar uns trocados. Era isso e um bocado de aspirações quixotescas.

Situação crítica, hão de concordar. O sonho era “criar uma publicação capaz de se tornar referência nacional para os homens e viver disso”.

De lá pra cá, segui um planejamento severo que me permitiu construir o negócio imaginado, viver integralmente dele, afetar positivamente milhares de pessoas e trabalhar com sujeitos foderosos, tendo absoluto prazer.

A construção de um portal como o PdH poderia consumir R$ 3,5 milhões, como foi investido na criação do ÁreaH, criado esse ano com a meta de alcançar 1.000.000 de visitantes únicos por mês até janeiro.

Teria eu, ilustre ex-universitário falido, sido capaz de poupar tal valor em cinco anos? Nem se tivesse vendido todos meus órgãos e colocado na mão dos melhores investidores de Wall Street.

Ainda hoje estou anos-luz distante da independência necessária para tirar férias ao sabor do vento e dourar o traseiro em Bora Bora, sendo abanado por uma nativa hospitaleira. Minha situação financeira é medíocre, com sérias deficiências resultantes de inúmeros maus hábitos e indisciplina nessa área.

Qual foi a mágica então?

Sabe onde ir mas não exatamente como chegar? Pisa fundo

Pela minha experiência, acredito no poder exponencial dos três principais recursos disponíveis para todo homem:

1. Capital

2. Tempo

3. Elos de confiança

A gestão financeira foi e ainda é meu calcanhar de Aquiles. Inconstante, permeada por vícios, maus hábitos e uma certa dose de arrogância travestida em desleixo. As poucas reservas foram direcionadas para me mudar para São Paulo (passo crucial!) e despesas com servidores, cursos, viagens, contratações e o que mais surgisse pela frente. Comi um bocado de miojo com salsicha pra economizar. Minha orientação foi teimosamente binária: viver sem exagero e sem miséria; direcionar todo o resto para o PdH.

Como resultado, estive na bancarrota em quatro ocasiões distintas. Cheguei a ser despejado, lembram? Assumi riscos graves e minha renda até hoje não passa do necessário para arcar com meu padrão de vida – que melhorou de 2006 pra cá, óbvio – e ficar no zero a zero. Não cultivo reservas decentes nem investimentos. Muito a melhorar.

A gestão do tempo foi onde exerci disciplina samurai. Sacrifiquei incontáveis saídas, festas, viagens e tantos outras ocasiões para investir na construção do projeto. Estudei design, Wordpress, web, negócios digitais, arquitetura da informação, pesquisei veículos ao redor do mundo, tracei estratégias e comparações, escrevi toneladas de conteúdo, conduzi a formação da comunidade... Tudo isso amarrado pelo fio narrativo maior do PdH. Como tinha pouca experiência, compensei com doses cavalares de dedicação. Errei mais para aprender rápido. Rotina que mantenho firme e forte.

A gestão dos elos de confiança. Traduzindo, falo em relações de real valor. Não de contatos. Irmandade. Quem são as pessoas com quem pode contar para mandar um e-mail e obter uma resposta que custaria algumas centenas ou milhares de reais? No nosso caso, o PdH surgiu após três anos de relacionamento conduzindo grupos de e-mails e fóruns cujo resultado – não inicialmente planejado, vale frisar – foi a formação de uma rede de apoio forte como aço.

Vejam, dentre os três pilares, tive um absurdamente capenga. Perdi completamente o controle de meu dinheiro, pelos parâmetros da diligência diária. Porém, nos outros dois pilares investi de forma agressiva e consistente com o plano, usando todas minhas energias possíveis.

O tratamento hábil dispensado à gestão do tempo e à construção de elos de confiança foi responsável pela construção de um chassi que explodiu as expectativas que qualquer tabela de Excel poderia ter projetado para esses 60 meses: o PapodeHomem como conhecem hoje.

E vocês, como lidam com gestão de dinheiro, tempo e elos de confiança? Planejam, não planejam, controlam bem ou mal? Que futuro visualizam?

Mecenas: HSBC Premier

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Na 6ª edição da FoR, maior pesquisa global sobre aposentadoria e envelhecimento, mais de 17 mil pessoas foram entrevistadas em 17 países. O resultado é um relatório riquíssimo que certamente servirá para elucidar sua visão sobre o que é essencial para um futuro mais estável e feliz.

Para obter consultoria e simular um dos planos de previdência, acesse o site oficial do HSBC Premier.

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publicado em 31 de Outubro de 2011, 05:05
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Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


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