15 filmes para assistir em junho

Será que este mês vai nos oferecer muita coisa nova?

Essa lista tem um processo base de escrita. Primeiro, reúno todos os lançamentos do mês no país e aí, então, vou abrindo um por um para ler a sinopse. Seleciono as sinopses cujo conteúdo pareça mais interessante ou original, tendo em mente sempre a variabilidade de estilos, o apelo do público e popularidade do filme, a qualidade dos atores e diretores.

Ainda assim, cada lista tem suas particularidades e tendências, e um quê subjetivo da personalidade de quem a faz, como pinceladas de cor no que é cinza. Faço o mea culpa pelo domínio dos dramas e pelas rareadas comédias românticas com Jennifer Aniston.

Nada de diferente nesta daqui, certo? Era o que eu achava, até começar a coletar os trailers e redigir as curtas sinopses e impressões. Meus dedos digitaram Darín e ditadura por mais vezes do que o usual, e eu fui parar pra contar quantos filmes considerados estrangeiros compunham a lista.

Sete. Essa lista de quinze filmes contém sete não estadunidenses, entre franceses, brasileiros e argentinos.

Não foi de propósito. É notável que o domínio do cinema ainda está nas superproduções hollywoodianas que fazem, sim, ótimos filmes. Não tenho como objetivo aqui incutir cinema alternativo per se. Mas é também interessante que o cinema de outros países esteja começando a chamar tanta atenção quanto e que as produções estejam alcançando ótimos níveis de qualidade.

Que assim seja, então.

1. Campo grande (2/6)

Rio de Janeiro, zona sul, Ipanema. Ygor e Rayane, duas crianças de seis e oito anos de idade, são deixadas pela mãe à porta da casa de Regina. Sem saber o que fazer, a mulher pensa em levá-los a um orfanato, mas acaba decidindo sair à procura da família dos dois irmãos. É aí que acaba conhecendo uma realidade bem diferente da sua.

A história parece envolvente o suficiente pra nos fazer assistir a outro clássico drama brasileiro de choque de classes. Já é sabido que isso fazemos bem.

2. Casamento de verdade (2/6)

Jenny é uma mulher bem-resolvida com sua orientação sexual, exceto pelo fato de que sua família não sabe que ela é lésbica. Quando mãe e pai começam a pressioná-la a se casar, Jenny precisa revelar que a mulher com quem mora não é só uma amiga, mas sua companheira, e que elas vão se casar. À família, então, restam duas opções: aceitar ou esfacelar-se.

A realidade de tantos e tantas ganhou filme de Hollywood. Significativo.

3. Warcraft: o primeiro encontro de dois mundos (2/6)

A pacífica região de Azeroth se depara com os indícios de uma guerra quando invasores orc tentam colonizar os habitantes locais. Dos lados opostos, herois são erguidos para comandar batalhas que ferirão ambos os povos.

Pra quem joga e acha massa, arrisco dizer que pode ser até angustiante não poder controlar os rumos dessa vez.

4. O outro lado do paraíso (2/6)

Antônio é um pai que busca de todo o jeito o sustento de sua família. Depois de garimpar, parte para Brasília em busca das grandes oportunidades do governo de João Goulart, mas, envolvido com o sindicalismo, acaba se deparando com sérios problemas quando vem o golpe militar.

Outro estilão de filme que já sabemos fazer e que normalmente vale o ingresso. Além disso, ainda não vimos Eduardo Moscovis em papel tão denso.

5. The Meddler (9/6)

Depois da morte de seu marido, Marnie Minervini passa a exercer a maternidade em tempo integral. A novaiorquina muda-se para Los Angeles atrás da filha, de quem não larga o pé e acaba se envolvendo com um policial.

Comédia dramática pra qual não daria bola não fosse Susan Sarandon no papel principal. O estilo também pode ter lá sua profundidade e mensagem, e se a ótima atriz topou o papel, eu topo pagar o ingresso.

6. Truque de mestre: o segundo ato (9/6)

Às vezes o preconceito nos deixa dizer que todo filme de ação conta a mesma história, mas a verdade é que tem coisa com roteiro original por aí.

É o caso desse filme, que já em seu antecessor seguiu o grupo de ilusionistas cujos truques estupendos enganaram o FBI. Dessa vez, eles voltam pra explorar os limites éticos da mágica.

7. Vida selvagem (9/6)

Paco e Nora eram um casal apaixonado e levavam uma vida nômade pelo mundo. Resolutos a assim criar seus filhos, Paco não imaginava que Nora se cansaria desse estilo de vida e, com a guarda das crianças, o abandonaria. Mas numa oportunidade de ver os filhos, Paco decide fugir com as crias para uma viagem que duraria onze anos.

Um drama francês sobre como nossos planos e expectativas podem andar totalmente tortos, sobre as frustrações inevitáveis, traição e muita tensão.

8. Como eu era antes de você (16/6)

Lanço aqui um novo desafio: pegar transporte público pelo menos duas vezes ao dia e não encontrar uma alma lendo este livro. A história viralizou, e eu não tiro o mérito de best-sellers bastante comerciais mas que acabam por conseguir engajar tanta gente no vício da leitura.

O enredo? Louisa é contratada para cuidar de Will, um garoto rico, bonito e bem-sucedido que entra em depressão depois de sofrer um acidente e ficar paraplégico. Ele não tem certeza de que quer continuar a viver, mas Louisa pode mudar seus rumos.

Romance pastelão que todo mundo sabe o final, mas delícia de assistir o desenrolar.

9. Negócio das arábias (16/6)

Um dono de capital falido quer recuperar suas perdas financeiras vendendo sua ideia genial para um monarca na Arábia Saudita.

A história conta pouco, mas ainda não foi gravada e é bem original. Ademais, Tom Hanks é motivo suficiente pra dar uma chance pro longa, não?

10. Paulina (16/6)

Já vimos Dolores Fonzi em Truman, contracenando com Darín, e ela nos deu mais uma dica de que o cinema argentino está andando rápido em direção às excelentes produções.

Neste longa, Fonzi é Paulina, uma mulher que larga uma promissora carreira no Direito em Buenos Aires para lecionar numa região pobre do país, sua cidade natal. Para isso, rompe com as expectativas de seu pai e namorado, deixando-os pra trás quando entra de cabeça nas suas convicções éticas e políticas. Mas elas são postas à prova quando Paulina é estuprada por um grupo de alunos.

11. Independence day: o ressurgimento (23/6)

Depois de vinte anos da primeira invasão alienígena, a população terráquea se vê diante de outro ataque possivelmente colonizador.

Esse é pra quem gosta da assombrosa ideia de ser abduzido.

12. Julieta (23/6)

Almodóvar voltou com o que parece ser uma história menos estranha do que a maioria de seus causos. Mas só parece, porque o enredo tem um segredo.

Julieta é uma mulher de meia idade que está prestes a se mudar de Madrid para Portugal com seu companheiro. Tudo muda quando ela encontra, casualmente, com Beatriz, a ex-melhor amiga de sua filha Antía, com quem não fala há mais de uma década.

Julieta fica sabendo, então, que Antía se casou e vive na Suíça. Na esperança de que sua filha a procure, desiste da mudança para Portugal e volta a morar em seu antigo prédio, de onde começa a escrever uma longa carta para a filha, rememorando o passado e os fatos que mudaram seus destinos para sempre.

13. Kóblic (23/6)

1977, ditadura militar argentina. Um ex-piloto e capitão das Forças Armadas argentinas responsável por coordenar as operações aéreas conhecidas como "voos da morte" desobedece a uma ordem e torna-se um fugitivo para poder sobreviver. Ele escolhe ir a uma pequena cidade no sul do país, onde sua presença chamará a atenção de um marechal.

Alguns meses depois de Truman, aí está Darín novamente. Ele não para, mas depois de Relatos Selvagens vem ganhando destaque na cena mundial, e justificadamente, não?

14. O caseiro (23/6)

Psicanálise, ceticismo e eventos paranormais são, de algum modo, combinados nesse suspense nacional que surpreendentemente parece bom.

Davi Carvalho é um professor de psicologia que escreveu um livro sobre como projetamos traumas de nosso passado em eventos paranormais. Renata, uma estudante de outra cidade, o procura pedindo por ajuda para sua irmã, Julia, que está sofrendo com algo que seu pai acha julga ser um fantasma do antigo proprietário da casa onde vivem. 

Renata quer respostas racionais, Davi quer entender o mistério e eu quero conferir como o Brasil está produzindo seu suspense.

15. Procurando Dory (23/6)

Sim, é uma história originada em Procurando Nemo, aquela animação bonitinha que eu assisti no cinema aos cinco anos e você muito provavelmente foi obrigado a ver ao lado de uma criança.

Passados todos esses anos, a rainha do baileiês Dory relembra sua amada família e decide partir numa jornada atrás de seus parentes acompanhada pelos parceiros de sempre.


publicado em 28 de Maio de 2016, 00:05
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Marcela Campos

Tão encantada com as possibilidades da vida que tem um pézinho aqui e outro acolá – é professora de crianças e adolescentes, mas formada em Jornalismo pela USP. Nunca tem preguiça de bater um papo bom.


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