Minha primeira vez no Puteiro

Isso aconteceu quando eu morava em Vitória ainda. Aqui em BH não vou mais nessas "casas". E não estou ganhando nada com esse artigo, nem mesmo um descontinho, pois a PlayMan não precisa de um blogueiro amador fazendo isso.

Certo dia estávamos eu e meus colegas (alguns se tornaram e ainda são meus amigos) de trabalho discutindo o que fazer em uma quarta-feira a noite, e não sei quem sugeriu irmos ao Boliche de Santa Lúcia, e depois esticarmos na PlayMan.

O Plano

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Nome sugestivo

Eu estava namorando na época e fiquei meio assim... mas no final pensei "Não custa nada né?. Ninguém vai me morder lá - não, fazem coisa melhor! Menino novo (tinha uns vinte e poucos anos) decidi ir pra ver qual era.

Liguei para um primo meu que morava ali pela região, e que por acaso era colega de um colega de trabalho. (isso acontece muito em Vitória. Com no máximo duas pessoas você chega em qualquer outra pessoa da cidade!).

Então combinamos, iríamos ao Boliche e depois esticar em algum lugar que estivesse aberto, apesar de que isso era raríssimo em Vitória, não sei hoje. Isso foi o que nós contamos pros nossos pais, já que todos ainda moravam com os pais. Mas já estava tudo certo. Boliche e depois Playman! E ai de quem arregasse na hora ou nos entregasse.

Observação: Não sei se todos em Vitória ainda usam dessa desculpa, nem quero entregar ninguém, por isso não cito nomes! Desculpem se estou entregando o ouro.

Saímos do trabalho e fomos pro Boliche andando mesmo. Vitória tem dessas coisas também, eu mesmo atravessava a cidade inteira andando pra ir de Camburi até a Rodoviária.

O Dia

Chegamos ao Boliche umas 19h e ficamos lá enrolando até umas 21h30.

Enquanto estávamos no boliche conversamos um pouco sobre como os "novatos", incluindo eu, não deveriam agir lá dentro, e conversando sobre as meninas, e o nome de uma das que eles mencionaram me chamou atenção especial pelo nome, Angélica Shakira. Tanto é que até hoje só lembro o nome dela (mas isso também tem outros motivos).

Outras coisas que falaram, nunca beije na boca delas, primeiro porque pouco provável que elas deixem, e segundo, porque nunca se sabe se você está estreando aquela boquinha naquela noite. E beijar por tabela não rola.

Já ansiosos e não agüentando mais a espera, saímos e fomos pra PlayMan. Quando chegamos lá as meninas estavam se preparando pra ir dançar. Convenhamos, 21h30 é cedo pra qualquer boate.

Na PlayMan

Pois bem... Chegando lá dou de cara com o gerente do local, já tinham me avisado que parecia com o Walter Mercado, mas por via das dúvidas falaram pra chamá-lo de "Chileno".

Cumprimentamos o Chileno e entramos na boate. Tinha uns coroas engravatados lá dentro de papo com umas meninas, acho que eram "namoradas" dos caras. Mas nem olhei pra cara deles, vai que vejo alguma figurinha carimbada da cidade? Melhor não arriscar!

Algumas meninas começaram a entrar na boate. A casa é grande. Havia duas salas grandes, e a boate propriamente dita, isso além dos quartos onde o pessoal "ficava" e os quartos das meninas dormirem.

Para minha surpresa, quando algumas meninas foram entrando chamaram alguns de meus colegas pelo nome! Fiquei de cara e pensando quantas vezes esses caras não deviam ter ido lá depois do boliche.

Lá dentro ficamos imaginando o que iria acontecer. Vi meus colegas bebendo, fumando e no maior papo com as meninas, e eu e mais alguns ali só olhando. Os mais "experientes" nos perguntavam se tinha alguma que tinha nos interessado e assim foi indo, e nada que me agradasse entrava na boate.

Eis que surge...

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Vai resistir?

Até que entrou uma menina de cabelo Chanel (prefiro cabelos longos, mas essa tinha um tchan a mais), de pernas grossas e muito bonita. Na hora me interessei, e acho que meu colega sacou e me perguntou se queria conversar com ela. Nessa altura do campeonato eu já tinha bebido, fumado e já tava mais solto. Respondi na hora que sim.

Ele levantou e foi lá chamá-la. Eles voltaram e ele me apresentou. O Nome? Angélica Shakira!

Não esperava por essa, foi muita coincidência! Ficamos ali jogando conversa fora um tempo, até que um dos caras chegou e nos chamou pra fora da boate. "E aí? Vamos pro quarto?". Eu que era (e ainda sou) uma besta, fiquei meio assim sem saber o que dizer. Putz! Sexo grupal assim? Mas ninguém tinha dito nada? Na hora pensei que ia pro inferno, que isso era pecado!

E mais ainda, como poderia ir trabalhar no outro dia depois de ver meus colegas de trabalho pelados e transando no mesmo quarto que eu! Mas o álcool é traiçoeiro. E pra minha sorte o convite usado foi "Vamos pros quartos?". Como todos os outros concordaram em uníssono, concordei também.

E lá fomos nós, voltamos pra Boate e um a um eles foram saindo, e eu ficando. Minha situação era a seguinte: "Como chamar alguém pra ir transar simplesmente assim?". Sei que elas estão ali pra isso mesmo, mas até pra ficar com alguém em uma festa era complicado pra mim. Tinha que tomar umas pra coragem aparecer. Imaginem chegar pra alguém e falar: "E aí? Vamos trepar?". Sem chances. Já notaram o tapado que eu sou a essa altura.

E agora?

Acho que ela sacou o que tava rolando e sutilmente me disse: "Vamos pro quarto?". Aí sim eu me senti o mais animal dos animais! Tão simples assim. E nem me dei conta que essa frase já tinha sido dita antes. E saímos da boate pra uma das salas.

Chegando lá, qual não foi minha surpresa ao ver que havia mais 3 casais esperando sentados no sofá. Todos conhecidos, mas não imaginava ter que ficar ali ainda pra esperar. Escolhemos um sofá e sentamos, tinha um casal do nosso lado que tava se pegando com força!

Tava meio escuro e não consegui ver quem era. Mas quando se levantaram... Meu primo! Não posso nem chamar aquilo de beijo de língua, já era praticamente o primeiro estágio de um sexo oral.

Quando chegou nossa vez ela foi ao balcão e pegou uma sacolinha com o Chileno, me segurou pela mão e fomos pro quarto. Daí pra lá imaginem o que quiserem.

Observação 2: Se conselho fosse bom não era dado, era cobrado. Mas lá vai um! Dentro de quatro paredes vale tudo - menos fio terra, sexo com animais, banho dourado ou marrom! Então entenda que se seu parceiro(a) não encontra o que quer em casa, ele(a) procura em outro lugar! Sem essa de pecado, o que minha mãe vai pensar. Libera geral! Nada de "não encosta aí", "não beija aí", "tô com vergonha", "assim não", "essa posição não".

Claro que respeito deve existir sempre. Mas se o pedido for feito repetidas vezes (direta ou indiretamente), acho melhor rever seus conceitos. Com relação às exceções, sou do tempo que homem é homem e ponto final, nada de alfa, beta, emo ou qualquer dessas besteiras. Mas se você gosta das exceções, tudo ok também.

Quando estávamos nos preparando pra sair do quarto fiquei imaginando "E se todos ainda estiverem no quarto? Vão falar que eu não sou de nada!", mas depois lembrei que tinha tempo pra ficar nos quartos e lá fomos nós. Estavam todos na boate, menos meu primo. Cinco minutos depois lá vem ele abraçadinho e tudo mais.

Ficamos mais um tempo lá, até que nos demos conta que eram 2 da manhã. Fiquei sóbrio no ato. "Minha mãe vai me matar!", pensei na hora! Despedimos-nos das meninas, até selinho rolou. E pocamos fora.

Quando saímos o Boliche já estava fechado e Vitória estava dormindo. Menos nossos pais. Nem preciso dizer que quando cheguei em casa fui direto pro banheiro, o cheiro fica impregnado na roupa. E minha mãe na porta me xingando, me dizendo que isso não se faz, que eu sou um ingrato e por aí vai.

Acho que todos ficaram sabendo onde fomos parar naquela noite. Depois ficamos sabendo que saíram de carro atrás de nós, e foram inclusive no boliche.

Mas nunca nos entregamos, batemos o pé na história até hoje.

Armando Brandão se resume em quatro palavras: Capixaba (de nascença), Mineiro (de coração), Flamenguista (de alma) e Blogueiro (por opção). Conheça mais textos dele no Blog do Solteirão.


publicado em 03 de Outubro de 2007, 14:23
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Armando Brandao

Armando Brandão escreve não somente na PapodeHomem, mas também no famigerado Blog do Solteirão.


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