O dia em que um possível presidente socialista foi capa da maior revista dos EUA

Bernie Sanders luta, pau a pau, pela indicação democrata. É difícil, claro. Mas já fez história.

Quem é esse tiozinho?
 

A resposta é Bernie Sanders, 74, o cara que tem dado um trabalho danado para a toda poderosa Hillary Clinton na indicação democrata para a eleição presidencial americana. O pleito nacional acontece ano que vem. Mas para chegar lá é preciso passar pelas primárias. E a briga vai de estado para estado...

O pré-candidato é o primeiro a ter chances de chegar ao cargo público mais influente do planeta a se declarar um "socialista democrático". O que quer dizer isso?

O próprio Bernie explica: 

"Isso não é comunismo; isso não é planejamento de cinco anos, coletivização da agricultura e nacionalização da indústria."

Mas, que raios de socialismo é esse?

O socialismo de direitos civis e aprofundamento dos direitos trabalhistas. O que não acredita em Wall Street como tábua de salvação para nada. 

"Quantos americanos sabem que em praticamente toda nação industrializada as pessoas têm garantia de férias pagas? Que quando você tem um filho, pais e mães tem uma licença familiar?"​

Casamento gay? Plataforma antiga...
 


Sanders foi o primeiro prefeito independente (nem democrata nem republicano) dos EUA e criou um espaço de cultura para os punks se divertirem em Burlington, em Vermont.

Tá tudo deliciosamente descrito aqui: 

 
Com o discurso em que pede a "socialização" da enorme fortuna do 1% mais rico e a extensão ou criação de uma rede de proteção aos trabalhadores comuns, o senador pelo estado de Vermont tem enchido faculdades, auditórios e feito os americanos terem menos medo da palavra socialismo.

Não é raro 10 mil pessoas se acotovelarem para vê-lo discursar.

Se quiser conhecer melhor o cara, aqui está bem explicadinho: 


Com tudo isso aí rolando, não teve jeito: Sanders chegou à capa da Time, a maior revista americana.

"Socialize this, America!"


publicado em 18 de Setembro de 2015, 11:27
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Rafael Nardini

Torcedor de arquibancada, vegetariano e vive de escrever. Cobriu eleições, Olimpíadas e crê que Kendrick Lamar é o Bob Dylan da era 2010-2020.


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