O que aconteceu no mundo das séries em 2008

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O ano de 2008 não foi lá muito generoso com a TV americana. Porém, em meio a decepções e calamidades, fomos presenteados com surpresas magníficas.

Para os reais fãs, o início de 2008 foi inesquecível, uma das maiores tragédias da história de Hollywood e dos EUA em geral.

A greve dos roteiristas assolou as produções. Todos os escritores, redatores e roteiristas pararam de trabalhar ao mesmo tempo, criando uma interrupção na principal engrenagem de uma criação: O texto.

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"Quermos mais dinheiro! Queremos mais dinheiro!" - Justo.

A Broadway parou, diversos filmes com datas marcadas para início de gravações foram adiados, alguns até mesmo suspensos. Mas nenhum setor sofreu mais com a greve, que o mundo das séries. Afinal, o que fazer quando uma temporada está no meio da execução e, de repente, não há mais episódios escritos? O jeito foi apelar para o maior pesadelo dos fãs: A paralisação. Um verdadeiro buraco negro sugou as energias de todos os seriados, fazendo com que tudo ficasse meio preto e branco, até que não mais existisse, pelo menos por alguns meses.

A greve durou até fevereiro de 2008. Porém, quando achávamos que tudo ficaria bem, foi que percebemos os estragos que uma paralisação tão grande pode causar.

24 Horas teve seu retorno adiado e, conseqüentemente, ficou um ano fora do ar. Grandes produções como Lost, House, Grey's Anatomy e Prison Break tiveram suas temporadas praticamente cortadas ao meio, perdendo diversos episódios importantíssimos. Séries prestigiadas como Damages e Big Love entraram em um grande recesso. E, como se não bastasse, tivemos uma série maravilhosa indo para o ralo em termos de roteiro...

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"Pô mano, tu viu Heroes? Cagaram no pau."

Heroes sofreu. A segunda temporada, que contou com ridículos 11 episódios (normalmente uma temporada inteira possui entre 22 e 24), foi taxada como uma das maiores decepções no mundo das séries. Os fãs americanos e brasileiros enfureceram-se e a produção perdeu uma quantia significativa de audiência. E mesmo com a chegada da terceira temporada, não conseguiu se reestabelecer, permanecendo categorizada como uma série de grande número de fãs, mas destroçada pelas críticas.

As coisas se acalmaram por volta de maio, quando finalmente chegaram as season finalles e os preparativos para as temporadas seguintes começaram a ferver. Os fins de House e Lost escancararam bocas no mundo inteiro, tendo o último episódio de Lost sido chamado de: "Um verdadeiro filme em forma de episódio, uma produção sublime".

Outras séries executaram um trabalho formidável e encantaram os fãs, como: The Big Bang Theory, Two and a Half Men e Californication.

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Ben - O pseudo-vilão mais fantástico da atualidade.

Em termos de premiação, o Emmy Awards (principal do mundo das séries) consagrou 30 Rock e Mad Men, que logo se tornaram as grandes queridinhas da crítica americana. Alec Baldwin, Tina Fey e Glenn Close provaram suas genialidades com merecidíssimos prêmios. Em contraparida, uma polêmica decisão em premiar Bryan Cranston como melhor ator de drama surpreendeu o mundo. Afinal, a estatueta rondava as cabeças de Hugh Laurie (o eterno Dr. House) e Michael C. Hall (o doente Dexter).

A Fall-Season americana começou (período em que as séries principais estão paradas e somos contemplados com novas produções), trazendo boas surpresas, mas ainda com resquícios da greve. Em conseqüência, foi taxada como a pior dos últimos anos.

True Blood, Fringe e The Mentalist mandaram ver, atingindo índices monstruosos de audiência e indicando que, provavelmente, serão a nova safra de super produções.

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A piada do ano ficou por conta de 90210, o remake da eterna Barrados no Baile. Seguindo uma linha ao pior estilo "Malhação", a série veio com diversas apelações desnecessárias, tramas superficiais e manchou a imagem da clássica série que marcou para sempre a história da televisão.

Para finalizar o ano, a lista de séries canceladas foi de derramar lágrimas: Jericho, The Riches, Moonlight, New Amsterdam, Dirt, Do Not Disturb, My Own Worst Enemy, Lipstick Jungle, Dirty Sexy Money e Eli Stone despediram-se das telinhas.

Para completar ainda mais, o fabuloso Gil Grissom despediu-se de CSI, deixando a série praticamente orfã e Zach Braff anunciou que esta será a última temporada de Scrubs que contará com o personagem JD (o principal).

Porém, nada marcou mais que a grande surpresa negativa do ano: O cancelamento de Pushing Daisies, a queridinha da América.

Rumores dizem que ainda há esperanças, embora a experiência conte que dificilmente haverá retorno.

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Pelo menos aquele narrador nunca mais abrirá a boca.

E finalmente chegamos a 2009, o ano em que tudo deve acontecer. Lost retorna às telinhas no dia 21 de Janeiro e promete deixar os fãs absolutamente embasbacados. Enquanto isso, as séries de grande porte preparam-se para finalizar suas temporadas em grande estilo.

E rezemos para que a ameaça de greve dos atores, que atualmente ronda Hollywood, fique só no papel.

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Felipe Neto e Diego Almeida.


publicado em 08 de Janeiro de 2009, 15:39
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Felipe Neto

Ator, criador do canal "Não Faz Sentido". Trabalha na Globo e Multishow.


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