Presente de dia dos namorados explicado por sete homens

Sete homens falando sobre suas experiências com o Dia dos Namorados e contando sobre o melhor e o pior presente que já receberam na data.

Nota do editor: nada poderia ser mais simples. Sete homens falando sobre suas experiências com o Dia dos Namorados e contando sobre o melhor e o pior presente que já receberam na data. Vale para sentir o que eles acham interessante e o que definitivamente não os agradam.

Bruno Passos

Estilista e dono da Conto Figueira.

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Detesto clichês (quem não detesta?), mas esta é a data em que um deles se encaixa de maneira muito simpática: "a intenção é que importa, não o presente". Dito isso, as amenidades.

O pior presente: sou sortudo. Ou só ganhei presentes ótimos ou não me recordo quais foram.

O melhor presente: ano retrasado ganhei um kit de guardar tintas e pincéis. Havia menos de 6 meses que começara a pintar e seria um presente bonitinho e útil, se não fossem algumas circunstâncias peculiares.

Desde o dia em que pintei um quadro pela primeira vez, há 2 anos, descobri que o mundo poderia ser para sempre fantástico e só dependeria de mim para continuar sendo assim. Na época eu tinha 27 anos e já era estilista de formação e profissão, sócio da minha namorada em uma empresa de vestuário, em que ela e eu tínhamos largado tudo para abrirmos nossa própria empresa 3 anos antes.

Ou seja, ela descobriu que eu encontrei a coisa que mais gostava de fazer na vida e também sabia que isso poderia ser um grande risco, afinal, eu era o responsável por toda a criação da nossa empresa e também o estilista (ela é administradora). Ser pintor não se encaixava nada bem nisso.

Então, no dia dos namorados, ela me deu muito mais do que uma caixa de guardar pincéis. Ela me estendeu uma vida de sonhos que não morrem, me mostrou que sempre estaria lá, independente de qual fosse o motivo ou a situação, contanto que eu estivesse feliz. Desde então eu tenho pintado cada vez com mais fervor. E engana-se quem acha que abandonei nossa empresa, pelo contrário. Se o meu sonho é real, o dela também há de ser. Tenho aplicado conhecimentos da pintura em minhas criações na Conto e vice-versa. A empresa ainda é bem pequena, mas a soma dos campos tem feito extremamente bem a ela, assim como as minhas telas.

E se este depoimento lhe parece apaixonado demais, desculpe amigo. Esta declaração não chega nem aos pés de uma caixa de guardar pincéis.

 

Rafael Tiltscher

Designer que faz umas firulas no Escribas e no PapodeHomem também.

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O pior presente: uma vez namorei uma garota que me deu uma aliança de compromisso, na surpresa. Não gostei, claro, por ser algo a ser adquirido pelo casal, a partir de uma decisão de ambos.

O melhor presente: amo tecnologia e videogames, então sempre recebo algo nessa área. Uma vez ganhei um celular que gostei muito, era um de última geração. Não gosto muito de presentinhos românticos, prefiro coisas úteis para o dia a dia.

 

Rafael Campos

Jornalista. Escreve, hoje, no Correio Braziliense.

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Sou irritantemente dado aos momentos mela-cueca de um namoro. Então, acabo levanto a sério os presentes que envolvem a data -- até mesmo quando ela não é imposição do calendário. Me meto sempre a fazer presentes no Dia dos Namorados e, sendo alguém com parcos talentos manuais, poucas vezes acho que eles ficam bons de fato. Mas, o que vale é a intenção certo?

O melhor presente: namorei poucas vezes e, apesar de ter ficado cinco anos em um relacionamento, só consigo me lembrar do primeiro presente que recebi: um chaveiro feito a mão, repleto de macaquinhos usando camisetas, cada uma com referências ao relacionamento. Mas, se tivesse vindo um game viciante, isso teria me feito feliz da mesma forma. O que quero dizer com isso? Se ficou sem ideias, foque em algo prático, mas fofo: é bom ganhar algo que possa ser usado, mas que demonstre que a pessoa te conhece. E, sim, games são presentes fofos.

O pior presente: Não consigo me lembrar de algo ruim que tenha recebido e devo isso também a esse lado romântico adolescente que não me larga. Mas, definitivamente, tenho pavor a ideia de ganhar perfumes: meu nariz é corroído pela rinite alérgica, há aquela teoria de que o perfume acaba e o amor também e, principalmente, cheiro é algo que só o seu próprio nariz sabe dizer que é bom. Então, deixa pra cada um escolher o seu.

 

Rodrigo Cambiaghi

Trabalha aqui no PapodeHomem.

Cambigala

O melhor presente: toda vez que alguma amiga me pergunta o que dar de presente para o namorado, eu conto a história desse presente, ideia de uma ex-namorada que é muito atenta à detalhes.

Em uma caixa, ela colocou vários pequenos presentes que, a princípio, pareciam aleatórios. Conforme fui analisando um a um, percebi que todos eles tinham um motivo especial de estar ali: um par de tênis novos (porque ela odiava o tênis detonado que eu insistia em usar), uma escova de dentes (sempre que eu dormia na casa dela, esquecia de levar a minha), um saudoso coelhinho de pelúcia (porque, naquele tempo de adolescência, hormônios, pouco dinheiro para sair e bastante tempo ocioso no final de semana...). Tinha também uma pilha Duracell pra complementar a piada anterior.

Teve um dia que vi, na vitrine de uma loja, um manequim vestindo uma cueca roxa e soltei: "que tipo de pessoa tem uma cueca roxa em casa?". Adivinha se esse fabuloso item de vestuário não estava lá dentro da caixa?

Eu tinha um mural de fotos no meu quarto que ficou por vários meses sem fotografia nenhuma, por pura preguiça minha de separar as imagens e revelar, todo mundo que ia no meu quarto comentava e já era quase uma piada entre os amigos. Ela fez a gentileza de revelar fotos nossas e de amigos pra preencher o mural vazio.

Dentro da caixa, ainda tinha um pirulitos de coração, porque nos conhecemos numa festa que estavam distribuindo esse famoso clássico dos anos 2000. Tinha ainda várias outras pequenas coisinhas, todas com algum significado especial para a nossa relação, piadas internas e momentos nossos. Me lembro de ter pegar cada uma delas de dentro da caixa e relembrar, junto com ela, a história por trás de tudo. E, claro, junto da caixa tinha uma carta, porque todo bom presente vem acompanhado de uma carta.

Piada do destino ou não, eu ainda tenho a cueca roxa, ela é absurdamente confortável e mesmo depois de ter sofrido dezenas de lavagens e aventuras, está intacta.

O pior presente: odeio ganhar camiseta. O problema não é a peça em si, mas, em 90% das vezes, o contexto por trás de uma camiseta de presente é "não tinha idéia do que comprar pra você, fiquei com preguiça de pensar em algo, passei no shopping rapidinho e comprei isso aqui de última hora pra não deixar passar a data em branco".

 

Tudo bem ganhar uma camiseta no amigo secreto, daquela sua tia, ou de uma pessoa que não conhece muito você e quer te presentear.

 

Mas porra, da namorada?

 

Victor Lisboa

Advogado que, por acaso dos destinos, é editor do site Ano Zero.

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Dia dos Namorados, desculpem dizer, é basicamente comércio. Mas a única resposta a isso não é fingir que esse dia não existe, e sim driblar o esquema com criatividade. Por isso, sempre combinei nos meus relacionamentos que o dia dos namorados não precisa ser celebrado com a troca de presentes, jantar em restaurantes, essas coisas. Afinal, o que é para ser espontâneo vira muitas vezes um ritual de consumo. Assim, tento estimular formas alternativas de agradar ao outro, como um passeio surpresa, uma experimentação na cozinha, um piquenique, etc. Até um conto certa vez escrevi em homenagem a uma namorada, e ganhei, da “desenhista”, uma história em quadrinhos sobre nós.

Porém, é claro que muitas vezes rolam presentes, alguns legais... outros nem tanto.

O melhor presente: foi algo simples, mas que demonstrou que ela me conhecia e também teve esmero para agradar. Uma namorada que só estudava e não tinha grana gravou um CD com todas as versões já gravadas da música "Night and Day" do Cole Porter que, para mim, é a mais bonita de todas as músicas. Além das conhecidas versões de Ella Fitzgerald e U2, não sei como ela encontrou (na época, não havia essa facilidade de pesquisar tudo na internet) versões inusitadas como a que Ringo Starr fez. Mas o melhor estava na última faixa do CD: ela própria recitando a letra música, meio nervosa.

O pior presente: foi uma tartaruga, quando eu tinha 18 anos. Não me entendam mal, eu gosto de animais, mas, além de ser ecologicamente incorreto, não é esse o tipo de presente que se espera ganhar nesse dia, né? E o engraçado é que, meses depois, quando lamentei que tinha pena do animal fora do seu habitat e sozinho no aquaterrário, a solução da minha namorada na época foi me dar outra tartaruga no meu aniversário, para fazer companhia à primeira. O namoro acabou, mas tenho as tartarugas até hoje: Poe e Annabel estão comigo, e bem tratadas.

Para terminar, duas dicas para as namoradas. Evitem presentes “fofos” como “ursinho”, roupas que não fazem o estilo do seu namorado e que na verdade são uma “forçada” para ele se vestir como você gosta, “surpresas” no local de trabalho e, por fim, coisas românticas demais como cama com pétalas de rosa ou canecas com a foto do casal.

Os homens são mais práticos do que as mulheres, então priorize coisas que possam ter alguma utilidade, algo que ele vá realmente usar ou usufruir de outra forma. Escolham presentes que demonstrem o quanto vocês o conhecem, como sabem de seus gostos, preferências e hobbies. Outra dica é que homens gostam de confirmar nos presentes que recebem a imagem que esperam estar passando à namorada. Por isso, dê uma massageada no ego de seu namorado e escolha um presente que revele como você “aparentemente” o acha másculo, bonzão e gato.

E, por fim, todo homem que se preza é um pouco “tarado”. Então, se vocês estão comemorando o dia dos namorados, a ideia é que ele continue tarado por você. Logo, nesse dia o melhor presente que um homem pode receber é a realização de alguma fantasia sexual, com a namorada usando uma roupa devidamente provocante e dando asas à imaginação.

 

Rafael Nardini

Jornalista itinerante, escreve no Escribas e no PapodeHomem, além de ajudar s tocar o jornal de esquina OcicerO.

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De maneira geral. não tenho muito apego com datas comemorativas desde que descobri, aos 5 anos, que o Papai Noel não existia. É aquela coisa: se tem ovo de Páscoa, legal. Se não não tem nada, beleza também. Com o Dia dos Namorados segue na mesma toada. Claro, para evitar ressentimentos, nos poucos anos em que passei a data acompanhado, a troca de mimos sempre combinada: "e aí: vamos deixar passar ou vai ter presente?".

O melhor presente: ganhei um cartão uma vez com a inscrição "vale uma viagem". Achei do caralho. O destino foi decidido depois, a dois, mas foi ela quem bancou tudo. O resultado foram quatro ensolarados dias em IlhaBela, no litoral norte de São Paulo.

O pior presente: houve uma data específica em me esforcei, corri atrás e comprei o tênis que ela queria. Era moleque, ganhava muito pouco, mas sabia que era um presente de verdade, daqueles que fazem a pessoa abrir um belo sorriso. Acontece que, na hora de trocar as paradas, acabei recebendo um porta-retratos horrível com uma moldura que simulava uma mesa de sinuca -- esporte, aliás, que jamais pratiquei. Uma merda completa. Pouco mais de um mês e eu já estava solteiro novamente. O porta-retratos foi para o lixo com gosto.

 

Max Machado

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Sócio da Monstro Filmes.

 

Gosto muito de dar e receber presentes. Mas sempre achei uma merda esse negócio de prenda com dia marcado. Presente bom é algo que te faz lembrar de alguém, e isso não tem data pra acontecer. A ideia de sair de casa e ter que voltar com um bom mimo não faz nenhum sentido. Sem contar o desconforto que me dá pensar em participar de uma jogada comercial dessas.

De qualquer maneira, já tentei hackear esse sistema: comprar presentes de maneira espontânea e estocar, à espera da ocasião socialmente adequada. A ideia em si já me fez sentir meio otário e razoavelmente desonesto, e a prática falhou no primeiro teste, mesmo não sendo uma situação de dia dos namorados.

Certa vez eu comprei uma camisa pro meu pai e guardei pra dar no natal. Obviamente me esqueci e só fui encontrar a maldita no meu armário no início de maio. De volta ao plano da espontaneidade, apareci na casa do meu pai e entreguei o presente. Ele me quebrou dizendo: "bacana, agora arruma outra coisa pra me dar daqui a 2 dias, no meu aniversário".

Moral da história: prefira ser um honestão socialmente inadequado a ser um burrão tentando se adequar.

Quer mais artigos úteis?

Temos mais material sobre o dia dos namorados aqui:

Que tal dar um presente especial para o seu namorado? 

Se você está procurando algo diferente e interessante pro seu namorado, talvez a gente possa ajudar.

O PapodeHomem está lançando o livro “As 25 maiores crises do homem (e como superá-las)”. Trata-se de um ebook com 25 capítulos, tratando de diversas dores dos homens, feito por 9 autores do PapodeHomem.

É a nata de um longo percurso de mais de dez anos ouvindo e auxiliando homens passando pelas mais diversas crises.

Recomendamos esse livro de coração e esperamos de verdade que seja muito útil.

 


publicado em 11 de Junho de 2014, 07:00
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Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna Do Amor. Tem dois livros publicados, o livro Do Amor e o Ela Prefere as Uvas Verdes, além de escrever histórias de verdade no Cartas de Amor, em que ele escreve um conto exclusivo pra você.


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