Quando a performance visual sobe ou desce

Estava voltando de uma viagem de Ano Novo e já no portão de embarque ouvi uma voz masculina chamar meu nome. Me virei para ver quem era e levei alguns bons segundos para entender quem era o homem por trás daquele corpo redondo. Quando me dei conta, imediatamente minha mente me levou ao menino franzino que brincava comigo e com o meu irmão nas ruas da vizinhança.

A Maria Schneider foi amanteigada pra, anos depois, se deparar com esse Marlon

A imagem guardada daquela época se confrontou com a realidade do hoje e eu só conseguia pensar: nossa como ele mudou, o que será que aconteceu no meio do caminho, onde está a vaidade, o cuidado pessoal? Por outro lado, ainda que bem menos comum que o exemplo citado acima, presenciei meninos pouco atraentes na adolescência se transformarem em homens lindos.

Eu não vou aqui discutir sobre os aspectos psicológicos que levaram um e outro a se tornarem o que são. Não tenho competência para isso. A idéia é observar como o capital erótico flutua e de que maneira percebemos isso.

Alguns deixam a peteca cair...

Vou citar exemplos do mundo do entretenimento já que são figuras comuns a todos nós. Eu me lembro de algumas novelas com o ator Antônio Fagundes. Ele era galã absoluto. Alto, magro, charmoso, elegante e dono de um vozeirão. Os cabelos grisalhos chegaram e lhe conferiram ainda mais charme.

Fagundes (o Antônio, não o Fred) engordou, "entiozou", largou mão

De uns anos pra cá, no entanto, sua barriga cresceu, sua imagem cansou um e o apelo visual dos personagens que ele interpreta diminuiu. Parece que o Fagundes se cansou do esforço do cuidado pessoal. Em uma das aparições em público fotogradas por uma destas revistas de fofoca, o ator apareceu de camiseta e jeans bem largos, chinelo e pochete pendurada nos ombros. O capital erótico parece ter encolhido. A pochete sozinha já bastaria para destruir o visual.

Pois é. Até nossos "heróis" podem cair.

Alguém se lembra de Axl Rose? O vocalista do Guns ‘n Roses além de uma voz poderosíssima, tinha estilo, personalidade e um físico invejável. O lenço na cabeça virou marca registrada junto com o colete sem camisa ou camiseta que exibiam a boa forma, a jaqueta de couro e o jeans rasgado. Axl fazia questão de mostrar o corpo esculpido nas apresentações da banda. Quem não se lembra do shorts colado com a bandeira dos Estados Unidos?

Os anos se passaram e Axl deixou a peteca cair feio. Engordou e muito e o visual não lembra em nada, a não ser pelas tatuagens, o personagem que era. E não precisava lembrar. Axl podia e deveria ter repaginado o visual, vestindo roupas adequadas a sua forma física e seu novo momento artístico. Aquele Axl já foi e cantar sem camisa com os quilos extras depôs contra o cantor.

Axl entrou em clausura e saiu diferente, bem diferente do que era

... já outros jogam suas petecas lá pro alto, bem alto

Justin Timberlake é um ótimo exemplo. Passou de um menino bobo de “boy band” a homem desejado porque entendeu o poder de um bom corte, tanto para o cabelo quanto para as roupas muito bem alinhadas a sua capacidade musical. Ele deixou a carinha de anjo de cabelos loiros e enrolados de lado e passou ao visual cabeça raspada e pelos nos rosto o que conferiu a ele maturidade e estilo. Deixou as camisetas compridas e largas e os jeans soltos e adotou o slim fit que favorece em cheio seu biótipo.

Utilizar essas novas oportunidades para alavancar a carreira é fundamental. De cantor de banda ruim, passou a cantor solo com discos elogiados pela crítica e, mais pra frente, a tal crítica começou a falar bem do seu trabalho como ator, nos filmes Alpha Dog e A Rede Social. Hoje, Timberlake é nada menos que protagonista do novo filme do velho Clint Eastwood, Trouble with the Curve.

Você pode até dizer que não, mas a persona do Timberlake acumula mais e mais créditos a cada dia

Não se espantem se o Timberlake ganhar um Oscar em uma década, década e meia. Sabe quem teve a mesmíssima trajetória de carreira - de menino bobo a homem mais requisitado de Hollywood?

Will Smith.

Na mesma linha vem o ator Alexandre Borges arrancando suspiros com seu personagem na novela Avenida Brasil e não é por ter três mulheres lindas. Cadinho, personagem do ator na trama, dá um show de carisma, vivacidade e elegância. Ele começou discretamente, sem papéis de destaque, foi crescendo e já faz tempo que o ator fora das telas sustenta o capital erótico que só fica evidenciado pelos personagens que é escolhido para interpretar. Costuma manter a forma física ainda que não seja o tipo rasgado (e tudo bem) e aparece sempre bem vestido e alinhado publicamente.

Nas telas assim como na vida também somos escolhidos para papéis com base no capital erótico. O que muda é que no mercado do entretenimento esta postura é escancarada, apenas oculta a quem não quer ver mesmo. Ao passo que fora das telas, a escolha dos personagens é velada, ao menos aos candidatos, já que todos do setor de RH sabem que habilidades sociais (carisma, vivacidade, sensualidade) e habilidades físicas (beleza e visual) aliados a bom desempenho formam profissionais imbatíveis.

Aliar-se ao capital erótico é tão importante para o curriculum como ter um MBA, aumenta as taxas de emprego e dá promoção. A atratividade física aumenta a produtividade em ocupações liberais e de gestão porque pessoas atraentes são mais persuasivas, conseguem vender mais, conquistam mais clientes e é mais fácil trabalhar com elas.

Não que ele tenha mudado muito fisicamente, mas o carisma, que não era baixo, foi pra estratosfera. Isso conta demais

Importante dizer que ainda que a beleza venha de berço, todos os elementos do capital erótico podem ser trabalhados e desenvolvidos em um exercício constante e de atualização. Dinheiro não define quem pode ou não usufruir do capital erótico. Idade também não.

Existem certos hábitos que seguram ou elevam o capital erótico:


  • Conheça o seu corpo: pare diante do espelho e entenda o seu tipo físico. A partir daí, procure roupas que ressaltem o que você gosta e disfarce o que incomoda. É uma maneira rápida de parecer mais bonito e obter equilíbrio corporal;

  • Defina o seu estilo e vista-se de acordo. Seu estilo é o que ira lhe conferir personalidade. Inspire-se nos famosos se preciso e tenha um cuidado: adeque-o ao ambiente de trabalho sempre;

  • Atualize o guarda-roupa. Roupas acabam e saem de moda e ainda que roupas masculinas não mudem com a mesma freqüência com que as femininas, elas mudam e você não quer parecer antiquado. Um exemplo: a moda hoje é usar gravata palito e paletó com dois botões. Aposente o de 3;

  • Só compre roupas que tenham caimento perfeito. Invista em roupas de boa qualidade porque é um investimento sólido e seguro. Se a grana está curta, leve as roupas a um alfaiate ou costureiro para ajuste;

  • Faça um bom corte de cabelo. O cabelo é a moldura do rosto e um bom corte faz o visual ficar mais moderno e mais limpo também;

  • Apare as sobrancelhas. Ninguém está dizendo para que você tire minuciosamente os pelos, mas o look monocelha não é nada legal e deixa você com a expressão pesada e cara de malvado;

  • Atenção ao comprimento das calças: faça a barra sempre que necessário. Calças empapuçadas no geral dão impressão de desleixo e fazem quem usa parecer mais baixo;

  • Bermudas muito largas e abaixo do joelho só para adolescentes e skatistas, elas dão um ar jovial demais aos homens, que beira a imaturidade, além de também fazê-los parecer mais baixos já que deixa pouca pele a mostra;

  • Cuide da pele. Limpeza de pele uma ou duas vezes por ano não faz de você menos homem e deixa sua pele equilibrada e mais viscosa;

  • Mantenha os dentes bem tratatos.

Links úteis:

Mecenas: Samsung Ultrabook

Capital erótico faz parte da sua performance e dicas assim podem vir de muitos lugares diferentes. Uma dessas opções é a central da Ultra-Ajuda.

Lá o Rodrigo Hilbert e a Mariana Weickert vão te dar boas dicas para melhorar sua performance, perder peso e melhorar o visual.

Se você quiser melhorar em alguma dessas áreas ou acha que algum amigo precisa dessas dicas, manda o link do site da Ultrabook pra ele.


publicado em 11 de Outubro de 2012, 07:00
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Juliana Cordeiro

Garota urbana, viajante nata (se é que isto é possível), sonhadora incansável, consultora de moda desde pequena, professora, amante da língua e do design italiano, marqueteira, apreciadora do belo em todas as suas formas. Escritora do blog Sem Espartilhos e frequentadora assídua de pizzarias na companhia do namorado.


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