"Após 19 anos dedicado à família, fuí traído." | Mentoria PdH #13

"A coisa mudou quando saí com outra, por conta da insistência dela e da convicção machista de "não ser taxado de viado"..."

Pergunta da semana:

"Após 19 anos me dedicando totalmente à minha família, fui traído pela minha ex, que ficou grávida nesse processo.

O pior é que me sinto com uma parcela de culpa pela situação, o que fazer?

Conheci minha ex (Ana, nome fictício) aos 17 anos (dela), vivíamos como um casal normal e, dadas as circunstâncias e perrengues que passamos, posso dizer que sempre confiei nela, mais pelos altos e baixos que fariam com que qualquer mulher largasse tudo e tentasse recomeçar a vida.

Talvez por isso me sentia um canalha sempre que desejava outra mulher e até mesmo dispensei algumas ditas "gostosíssimas" que flertaram comigo nos últimos anos.

A coisa mudou quando, há alguns anos, saí com uma, nem tão bonita assim e até abaixo do nível da minha ex, devido à insistência dela e à convicção machista de "não ser taxado de viado".

De lá pra cá houve mais algumas, daquelas que criamos mil e uma personagens para que não deixemos rastros, mas em nenhum caso respingou algo para minha ex ou nossos amigos e conhecidos, sempre soube usar de altíssima discrição.

E aproveitava do fato que, após o nascimento da minha filha, ter feito vasectomia, o que evitaria surpresas indesejáveis.

Nos nossos últimos dois anos juntos, confesso que o interesse mútuo diminuiu, o que pode ter colaborado para o fato.

Porém, o que me fez realmente separar foi a traição dela não foi ter sido um lance contínuo, daqueles que o cara vem cantando a mulher até achar uma brecha, um dia em que eu tenha brigado com ela ou tê-la colocado pra baixo ou algo parecido, mas sim um lance casual, do tipo "conheci na balada e resolvi dar pra ele", e pior... sem proteção, o que resultou na gravidez.

Sim, da outra forma eu também teria me separado dela, mas sem ressalvas, sem mágoas, já que, como relatei, não fui nenhum santo nos últimos anos.

Acontece que a gravidez respingou nos amigos e conhecidos e hoje, me envergonho de ir onde morava buscar meus filhos ou visitar minha mãe (ela mora bem próximo), sempre achando que sou alvo de piadinhas pelas costas(embora nunca tenha ouvido nada a respeito).

Me sinto vazio, pois tudo o que fiz nos últimos anos foi em prol dessa família, que foi destruída com o fato. Não encontro motivos pra ir adiante, até tentei engatar outra relação, porém não estou sentindo muito ímpeto nisso.

Algum norte à seguir?"

— Loureiro

Como responder e ajudar no Mentoria PdH (leia para evitar ter seu comentário apagado):

  • comentem sempre em primeira pessoa, contando da sua experiência direta com o tema — e não só dizendo o que a pessoa tem que fazer, como um professor distante da situação
  • não ridicularizem, humilhem ou façam piada com o outro
  • sejam específicos ao contar do que funcionou ou não para vocês
  • estamos cultivando relações de parceria de acordo com a perspectiva proposta aqui, que vai além das amizades usuais (vale a leitura desse link)
  • comentários grosseiros, rudes, agressivos ou que fujam do foco, serão deletados

Como enviar minha pergunta?

Você pode mandar sua pergunta para posts@papodehomem.com.br .

O assunto do email deve ter o seguinte formato: "PERGUNTA | Mentoria PdH" — assim conseguimos filtrar e encontrar as mensagens com facilidade.

Posso fazer perguntas simples e práticas, na linha "Como planejo minha mudança de cidade sem quebrar? Como organizar melhor o tempo pra cuidar de meu filho? Como lidar com o diagnóstico de uma doença grave?" ?

Queremos tratar também de dificuldades práticas enfrentadas por nós no dia-a-dia.

Então, quem tiver questões nessa linha, envie pra nós. Assim vamos construindo um mosaico mais amplo de assuntos com a Mentoria.

Estou viciado na Mentoria. Onde encontro as perguntas anteriores?

Basta entrar na coleção Mentoria PdH, campeão.

Nosso presente para o Loureiro:

Vamos oferecer o ebook "As 25 maiores crises dos homens — e como superá-las", produzido pelo PdH.

Se deseja adquirir ou presentear alguém que possa se beneficiar, compre a sua edição aqui.

Mais de 10 anos de estrada nesse trabalho

Para conhecer mais sobre o conteúdo do livro e tudo que vai encontrar lá dentro, leia esse texto.

Ao comprar o livro, você também ajuda a manter o PapodeHomem vivo.

Nosso rendimento com anúncios caiu drasticamente nos últimos dois anos, assim como aconteceu com toda a indústria jornalística, no Brasil e no mundo (a verba agora se concentra no Facebook e no Google). Como o que fazemos é para vocês e não para gerar o maior número de clicks com textos vazios, essa ajuda é essencial para nossa sustentabilidade.


publicado em 25 de Junho de 2018, 00:27
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.

Sugestões de leitura