Como roubar no jogo e fazer mix de legumes refogados em dez minutos

Porque se bobear a gente fica vivendo de arroz e carne e a deficiência de vitaminas dá as caras

O Luri está aprendendo a cozinhar. Sabe, desde que a crise bateu às nossas portas, marmitas estão sendo trazidas pro trabalho, e ele se viu diante da necessidade de cozinhar todos os dias.

Quando a coisa é assim esporádica, evento de ocasião especial ou receita chique, todo mundo curte ir pra cozinha. É um momento de prazer. Mas quando isso vira mais uma das obrigações domésticas, tudo pode mudar de figura, e o que achávamos que era talento se converte em uma incrível falta de repertório.

Aqueles cinco pratos-chave que julgávamos criativos acabam por cansar os paladares de segunda à sexta, mas o trabalho, o estudo, os projetos paralelos e tudo aquilo que queremos fazer em um final de tarde tomam tempo demais pra que dediquemos boas três horas à cozinha.

Aí a gente busca, assim como o Luri, o que é gostoso e rapidinho.

Pra coisa não degringolar e ele não acabar comendo só arroz e bife, achei urgente trazer mais uma das receitas de mamãe: mix de legumes refogados em dez minutos.

É tão rápido que fica bem fácil fazer pra comer na hora, mas a boa notícia é que ele dura, com sabor, um ou dois dias na geladeira. Além disso, se você variar na mistura e trocar um ou dois legumes a cada dia, não vai ficar enjoativo.

Pra uma porção pra duas pessoas você vai precisar de:

  • 2 copos americanos cheios de quatro variedades de legumes (lá em casa a gente sempre coloca abobrinha e varia entre brócoli, repolho, cenoura, chuchu, acelga, couve-flor e vagem, mas você pode acrescentar o que mais queira. Dá pra por pimentão, batata...)
  • 1 colher de sopa rasa de óleo de gergelim (você pode usar o óleo que preferir, mas o de gergelim dá tempero além de servir como refogador)
  • 1 colher de sopa de molho shoyu ou 2 de molho pronto de yakisoba
  • 1 dente de alho grande
  • Uma frigideira teflon com tampa

Agora é só ser feliz.

Primeiro, corte todos os legumes em cubos médios – um pedaço da sua abobrinha, brócoli, chuchu ou semelhantes deve ser suficiente pra uma garfada. Se você cortar pequeno demais, os legumes provavelmente derreterão e virarão uma sopa-creme – coisa que não queremos aqui – e, se cortar grande demais, vai se dar o trabalho de precisar picar no prato.

Para as folhas como acelga e repolho, pique com as mãos mesmo, rasgando-as. Não queremos que elas sejam tirinhas finas cortadas à faca.

Coloque o óleo de gergelim e o alho na panela e aqueça-os, sem fritar o alho. Quando morno, ponha todos os legumes junto e tampe a panela. Deixe a mistura aquecer no fogo baixo – resista à tentação de acelerar o cozimento aumentando o fogo, sempre –, conferindo de um em um minuto.

Quando começar a ouvir barulhos vindo da panela indicando que os legumes começarão a fritar em breve é só colocar a sua colher de molho shoyu ou duas de molho pra yakisoba (este molho normalmente deixa a receita mais cremosinha), mexer, manter o fogo baixo e continuar conferindo. Só coloque sal a gosto se não estiver usando molho shoyu.

Essa receita não deve precisar de água – que costuma deixar legumes insossos, criando o mito de que eles não são gostosos. Queremos cozinhá-los até que fiquem al dente, e o fogo baixo, os molhos e o bafo da tampa da panela devem ser suficientes. Por isso, cuidado pra não deixá-los molengos demais! Desligue o fogo e sirva-se assim que chegarem ao ponto.

Caso o fogo baixo do seu fogão não seja tão baixo assim  – acontece nas melhores famílias – e a mistura toda esteja fritando, umedeça as mãos de água e chacoalhe-as sobre a panela, deixando salpicar gotinhas, de um em um minuto. Se a sua receita acumular água, meu amigo, é porque deu errado.

E bom apetite.


publicado em 03 de Junho de 2016, 10:20
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Marcela Campos

Tão encantada com as possibilidades da vida que tem um pézinho aqui e outro acolá – é professora de crianças e adolescentes, mas formada em Jornalismo pela USP. Nunca tem preguiça de bater um papo bom.


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