Wingsuit: desejo de voar

Parte da mitologia grega conta que Ícaro, que era filho de Dédalo, construiu asas feitas com cera de mel de abelha e penas de gaivotas para escapar de Creta. Seu sonho era voar, e desrespeitando os conselhos do pai, voou bem próximo do sol, que derretendo a cera, derrubou Ícaro para a morte.

O sonho de voar é parte da nossa natureza, buscamos dominar os ares desde o início dos tempos. Crescemos fascinados com os pássaros e sua liberdade, e inventamos os mais variados artifícios para suprir esse desejo. Da Vinci, Irmãos White, Santos Dumont, todos eles buscavam um mesmo sonho.

Link Vimeo | E você, não quer voar?

Eu já escrevi sobre os mais extremos esportes aqui, mas nada é tão arriscado e fascinante quanto o voo de proximidade.

Wingsuit e o Voo de Proximidade.

Wingsuit é um traje especial que cria uma superfície entre os braços e as pernas possibilitando o deslocamento no ar, deslizando durante a queda e causando a sensação de voar.

A roupa proporciona um ótimo deslize, fazendo com que a proporção queda/distância seja de 2.5 metros percorridos, a cada metro de queda livre, percorrendo uma média 7,5km a uma velocidade de 160km/h (números baseados em saltos de 12.000 pés). Consegue imaginar?

Somando o prazer de voar com o risco de se chocar com montanhas, o voo de proximidade hipnotiza qualquer um que veja. É impossível não sentir calafrios enquanto se imagina na pele desses caras.

Voando com o simples objetivo de tentar passar o mais perto do obstáculo o possível, correndo o risco de se chocar a qualquer instante, e desafiando um pouco do que Newton nos ensinou.

O perigo de se buscar o extremo

Para ter uma ideia de quão perigoso foi o processo de criação dos wingsuits, entre 1930 e 1961, morreram 71 das 75 pessoas que testaram o traje. Mas como esse é o mais próximos que temos de alcançar a maior ambição humana, temos certeza que sempre irão existir pessoas dispostas a assumir esse risco.

Não encontrei estatísticas oficiais que fornecessem uma taxa de fatalidade do esporte, mas lendo em fóruns, cheguei a ler que o numero chega perto de uma morte para cada 70 praticantes, por ano. Assustadoramente alto.

O trecho abaixo é do documentário Daredevils, sobre a vida de Jeb Corliss. No vídeo, ele conta que enquanto executar um voo em dupla. Programaram para Corliss passar por baixo da ponte enquanto seu amigo passaria por cima. Um erro de cálculo causou uma tragédia.

Link YouTube | Jeb Corliss comenta morte do amigo

Perigos a parte, esse sem dúvida é um dos esportes que deve entrar na lista de quem deseja experimentar o que existe de mais extremo no mundo. Esse está na minha lista.


publicado em 29 de Setembro de 2011, 07:10
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Alberto Brandão

É analista de sistemas, estudante de física e escritor colunista do Papo de Homem. Escreve sobre tudo o que acha interessante no Mnenyie, e também produz uma newsletter semanal, a Caos (Con)textual, com textos exclusivos e curadoria de conteúdo. Ficaria honrado em ser seu amigo no Facebook e conversar com você por email.


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