Minha professora de canto, a grande Lu Horta (cantora e compositora, além de integrante do Barbatuques), esses dias me contou que a foto de seu primeiro álbum foi modificada e usada, sem autorização, como imagem principal de uma campanha pela não violência contra a mulher.
A capa original (de 2003):
![Lu+Horta](https://cdn.papodehomem.com.br/wp-content/uploads/2013/01/Lu+Horta.jpg)
A imagem da campanha com o slogan "Não se cale":
![Foto Não se Cale!](https://cdn.papodehomem.com.br/wp-content/uploads/2013/01/Foto-Na%CC%83o-se-Cale-400x266.jpg)
Em vez de apenas pedir pela remoção dos cartazes e troca da imagem, ela resolveu aproveitar a confusão, compor uma música e gravar um clipe a tempo de participar da campanha.
E ainda soltou um outro cartaz com a imagem certa, por iniciativa própria.
![LuHorta_NaoSeCale](https://cdn.papodehomem.com.br/wp-content/uploads/2013/01/LuHorta_NaoSeCale-620x438.jpg)
História que me interessa em pelo menos três sentidos:
1) Toda violência começa em algum tipo de mal entendido, cegueira, desatenção. Incrível como uma campanha pela não violência contra a mulher pode, sem querer, causar uma pequena violência contra uma mulher. É muito difícil construir a paz mesmo para quem se propõe a levantar bandeiras brancas.
2) A gente se esquece que todo dia tem mulher apanhando e se calando. Campanhas como essa, vídeo como esse são ainda muito necessários, urgentes para muitos, não algo para lembrarmos apenas no dia 25 de novembro.
3) É quase infinita, ainda que pouco usada, nossa capacidade de transformar adversidades em ações ainda mais positivas do que seriam sem tais complicações.
publicado em 09 de Janeiro de 2013, 12:15